sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Hisória da Dança!!!!

Antes do homem se exprimir através de uma linguagem oral, ele dançou. A dança foi à expressão do homem através da linguagem gestual. O homem estabeleceu posteriormente todo um código de sinais, gestos e expressões fisionômicas ao qual imprimiu vários ritmos. A dança então foi à primeira manifestação de comunicação do homem. A partir dessa perspectiva, este estudo objetiva verificar a dança no processo histórico, construindo um material rico em conhecimento, voltando olhares para seu status atual. A revisão bibliográfica realizada identificou que a dança esta em todo o processo de civilização acompanhando a sociedade e servindo como meio para o homem expressar. Assim a dança esta presente em todo processo de civilização e acompanha a evolução social, percebe-se com os professores de Educação Física que a tem como conteúdo escolar, com as academias de alto rendimento, com a mídia extremamente acessível. Enfim, continuará existindo expressão de movimentos e sentimentos se houver compreensão histórica da arte mais completa e antiga do mundo.

Introdução

Abordaremos aqui, um pouco sobre a origem da Dança na vida do homem e sua trajetória histórica, desde os tempos mais primitivos até os dias de hoje. A pesquisa da história da dança no seu maior âmbito fez refletir sobre como ela se insere no espaço social desde o surgimento da humanidade como produtora de cultura até os dias atuais.

A Dança no contexto histórico

- Origem da Dança na vida do homem e sua trajetória histórica

Na busca da origem da Dança encontrou-se que antes do homem se exprimir através de uma linguagem oral, ele dançou (linguagem gestual). Em Ellmerich (1964) no Egito havia Danças sacras em homenagem a ÁPIS, o “touro sagrado”, diante de HAT HOR a deusa da dança e da música. Percebemos aqui a linguagem gestual da Dança diretamente ligada às marcações rítmicas da música, passando a ser denominada essa junção de ritual. Ribas (1959) afirma que o homem estabeleceu posteriormente todo um código de sinais, gestos e expressões fisionômicas ao qual imprimiu vários ritmos.

O ritmo, que acompanha o gesto, é uma descarga emocional servindo para regular e medir todas as forças vitais; é ele que estabelece a harmonia e equilíbrio dos movimentos, preside à ordem das coisas e dá aos gestos do homem e às suas reações a força e a expressão. O ritmo é o primeiro movimento da vida que incide sobre os músculos do corpo humano. Para confirmar esse estudo detectamos que

Existem indícios de que o homem dança desde os tempos mais remotos. Todos os povos, em todas as épocas e lugares dançaram. Dançaram para expressar revolta ou amor, reverenciar ou afastar deuses, mostrar força ou arrependimento, rezar, conquistar, distrair, enfim, viver! (TAVARES, 2005, p.93).

Ainda percebe-se nessa primeira forma de comunicação, que ela

[...] aparece registrada nos mais antigos testemunhos gráficos da préhistória, documento que datam da última época glaciar, dez a quinze anos antes da nossa era e podem ser observados nas cavernas préhistóricas do Levante espanhol – Alpera (Valência) e Cogull (Lérida) – e são semelhantes a outros documentos pré-históricos relativos à Dança encontrados na África do Sul (Rodésia e Orange) e na França (Solutrais e Dourdogne). Tais pinturas rupestres levam-nos a crer que o homem primitivo executava danças colectivas nas quais predominavam os movimentos convulsivos e desordenados [...] (RIBAS, 1959, p.26).

Quando o homem sai do seu estado primitivo, estado selvagem, e passa a outro padrão de vida que é o de viver em sociedade, surge à organização do trabalho para a sobrevivência comum, e esse trabalho é a caça, a trituração de raízes, sementes, folhas, etc. Muitos desses trabalhos eram efetuados e regulados por marcações rítmicas, como pancadas e gritos.

Mais adiante na história da humanidade detectamos que os hebreus possuíam Danças próprias e outras provavelmente de origem egípcia. No velho e o novo testamento dos textos bíblicos obteve-se exemplos de quatro momentos em que a Dança estava presente, primeiro como

Quando a cavalaria do Faraó entrou no mar com seus carros e cavaleiros, Javé fez voltar sobre eles as águas do mar, enquanto os filhos de Israel caminharam a pé enxuto pelo meio do mar. A profetisa Maria, irmã de Aarão, pegou tamborim, e todas as mulheres a seguiram com tamborins, formando coros de dança. E Maria entoava:
“Cantem a Javé, pois sua vitória é sublime: ele atirou no mar carros e cavalos”. (BÍBLIA SAGRADA, 1995, p. 87, êxodo 15-16, c 15 v 19,20 e 21).
Depois na festividade ao falso deus de Israel (bezerro de ouro construído por Aarão com os brincos das mulheres) que é interrompida por Moisés que desce do Monte Sinai para salvar o povo da perversão, observa que

Quando se aproximou do acampamento e viu o bezerro e as danças, Moisés ficou enfurecido, jogou as tábuas e as quebrou no pé da montanha. Pegou o bezerro que haviam feito, o queimou e moeu até reduzi-lo em pó. Depois espalhou o pó na água e fez os filhos de Israel beberem. (BÍBLIA SAGRADA, 1995, p. 105, êxodo 32, c 32 v 19 e 20).

Terceiro exemplo é dos dez mandamentos que Moisés trouxe do Monte Sinai e foram guardados dentro de uma arca (espécie de baú) que era aberta somente por uma pessoa pura de pecados uma vez por ano. Uma dessas pessoas foi Davi que a transportou da casa de Obed-Edom para a sua cidade. Quando chegaram

Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor, cingido com um efod de linho1. O rei e todos os israelitas condizaram a arca do Senhor, soltando gritos de alegria e tocando a trombeta. Ao entrar a arca do Senhor na cidade de Davi, Micol, Filha de Saul, olhando pela janela, viu o rei Davi saltando e dançando diante do Senhor, e desprezou-o em seu coração... Voltando Davi para abençoar a família, Micol, filha de Saul, veio-lhe ao encontro e disse-lhe: “Como se distinguiu hoje o rei de Israel, dando-se em espetáculo às servas de seus servos, e descobrindo-se sem pudor, como qualquer um do povo!” – “Foi diante do Senhor que dancei, replicou Davi; diante do Senhor que me escolheu e me preferiu a teu pai e a toda a tua família, para fazer-me o chefe de seu povo de Israel. Foi diante do Senhor que dancei.(BÍBLIA SAGRADA, 2006, p. 342, Samuel, c 6 v 14, 15, 16, 20 e 21).

Por fim temos a história de que havia muitos boatos sobre Jesus, de que era Elias, de que era um profeta como qualquer outro, mas o rei Herodes repetia que era a ressurreição de João Batista. Herodíades, casada com Filipe que era irmão do rei, teria se interessado por João que em Marcos, c 6 v 18 (2006) percebemos que ele dizia “não te é permitido ter a mulher de teu irmão”, e assim ela o odiava e queria matá-lo. Até que chegou o dia oportuno, o aniversário do rei Herodes, que este convidou para um banquete algumas pessoas da corte e os principais da Galiléia. Então

A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: “Pedeme o que quiseres, e eu to darei.” (BÍBLIA SAGRADA, 2006, p. 1329, Marcos, c 6 v 22).

Sem saber o que falar correu até a Mãe que a aconselhou e a frente de Herodes e seus convidados pediu a cabeça do profeta João Batista, narrador no novo testamento, que logo em seguida foi decapitado no cárcere onde já estava preso a pedido de Herodíades.

As Danças religiosas eram executadas nos próprios templos ou em outros lugares, mas para uma entidade superior como o “Senhor” citado nos textos bíblicos. Destas ressalta-se a dança das tochas executada na festa dos tabernáculos. É provável que na corte do rei Salomão já existisse bailarinas profissionais.

Através de Platão, Sócrates um dos grandes filósofos gregos, considerou a Dança como a atividade que formava o cidadão por completo. A Dança daria proporções corretas ao corpo, seria fonte de boa saúde, além de ser ótima maneira de reflexão estética e filosófica, o que a faz ganhar espaço na educação grega. O homem grego não separava o corpo do espírito e acreditava que o equilíbrio entre ambos que lhe trazia o conhecimento e a sabedoria.

Nessa época histórica não nos passa despercebido que havia Dança também entre os Etruscos e os Romanos. Entre os Etruscos só se observa à Dança através de representações, pois não há, até hoje, conhecimento de textos escritos. Mas podemos perceber, que recebeu forte influência dos gregos desde o Séc. VII a.C., pelas representações em que aparecem indícios de Danças guerreiras, dionisíacas, de Banquete, entre outras. As representações mostram movimentos harmônicos entre gestos e discursos, na mímica antiga. Este estudo como outros dentro desse tema, agradece

A arqueologia, maravilhosa ciência que tanto esclareceu e continua a esclarecer sobre o nosso passado próximo ou longínquo,ao traduzir a escrita de povos hoje desaparecidos, não deixa de indicar a existência da dança como parte integrante de cerimônias religiosas, parecendo correto afirma-se que a dança nasceu da religião, se é que não nasceu junto com ela. (FARO, 1986, p. 13).

Entre os Romanos, a Dança parecia ter um sentido mais claro e específico: tudo girava entorno de Reis, República e Império. Do séc. VII ao Séc. VI a.C., Roma foi dominada pelos Etruscos; assim, as Danças eram de origem agrária. Mas, podemos destacar também as danças guerreiras (costume entre os Salinos) celebradas amplamente durante a primavera, e em honra a Marte, deus da guerra, ou seja, ainda nessa época encontra-se a Dança sagrada.

A população era basicamente de soldados em Roma, onde desprezava-se a Dança, considerando-a incompatível com o espírito do povo conquistador, então degradaram a Dança como fizeram com a poesia, a escultura e a filosofia. A maior parte do povo surgia nas enormes arenas, por exemplo, no Coliseu e no Circus Maximus, para ver gladiadores lutando com animais ferozes; isso sim era arte.

No Baixo Império, na Roma cosmopolita da época, onde não mais podia se representar o drama falado por causa da diversidade de línguas, e onde os espetáculos refletiam a decadência da história, as artes tornaram cada vez mais grosseiras, sendo representadas pela violência sádica do circo e a obscenidade da pantomima. A Dança foi, assim, envolvida na corrupção do modo de vida romano.

Na condenação do cristianismo de que esse mundo apodrecia, ele englobou as artes que refletiam essa decomposição. Percebe-se que

Os padres da Igreja, Santo Agostinho entre elas, condenara "essa loucura lasciva chamada dança, negócio do diabo". Além desta maldição circunstancial, a contaminação do pensamento bíblico pelo dualismo grego que levou São Paulo a opor o espírito aos sentimentos e a desprezar o corpo: o bem, no homem, só está na alma, e todo o mal vem da carne. Essa perversão dualista do cristianismo trouxe como conseqüências a consideração do corpo como obstáculo à vida da alma e a orientação da vida para outro mundo, com a negação da carne, que deve ser ignorada, punida, e mortificada. (WISSMANN, 2008).

A Dança perdeu sua força nessa atmosfera de suspeita em relação ao corpo. A partir do século IV, com os imperadores ditos "cristãos", o teatro e a Dança foram condenados. O batismo era recusado aos que atuavam no circo ou na pantomima. E 398, no Concílio de Cartago, os que iam ao teatro nos dias santos foram excomungados. Mesmo no século XVII, na França, os comediantes ainda não podiam ser enterrados no "campo santo". A tradição popular, no entanto, é tão forte que até o século XII a Dança, sob a forma de rondas que acompanhavam os salmos, fez parte da liturgia. A partir do século XII, a Dança foi banida.

Não sobreviveu senão nas "danças macabras", Danças da morte e contra a morte, numa época de temor a fome, da guerra e da peste. Na época da peste negra, 1349, multiplicaram-se os fenômenos de transe e possessão, com as Danças convulsivas. Fora disso só se desenvolveram as Danças profanas: as caroles dos camponeses, que se desdobraram nas farândolas evocadas por Breughel e depois Rubens, e as basses danses dos nobres, sufocados em pesadas vestimentas de luxo.

É apenas no renascimento que a Dança voltou a florescer, quando surgiu uma nova atitude em relação ao dualismo cristão, e os valores mundanos da vida e do corpo foram novamente exaltados. No mundo Renascentista em vias de secularização, as artes que estavam até então a serviço da Igreja, tornaram-se símbolo de riqueza e poder. Temos como exemplo no século XV, na Itália, o ballet que nasceu do cerimonial da corte e dos divertimentos da aristocracia.

Pode-se dizer, a rigor, que a Dança dessa época saiu do gueto, porque, tendo sida repudiada pela sociedade oficial da Igreja, a tradição só foi mantida por causa dos guetos e só no século XV que surgiu o primeiro grande professor da Dança da Itália, foi Guglielmo Ebreo (Guilherme, o Judeu) que teve um papel fundamental na criação do ballet como coreógrafo do duque Urbino, na mesma época em que Piero della Francesca era pintor deste. Depois Guglielmo Ebreo passou a servir Loureço, o Magnífico. Foi também o autor do primeiro tratado da Dança, neste apresenta-se as qualidades de um dançarino: o ritmo, pelo qual ele segue a cadência; a memória dos passos e suas combinações; o sentido do espaço, para compor figuras num enquadramento limitado; ser leve dominando a arte do salto e da queda elegante; a "maneira", isto é, o estilo de elegância e a coordenação dos movimentos do corpo que se desloca com graça e precisão.

Na idade média, nas Danças populares, encontramos os mesmos motivos das Danças primitivas. O cristianismo conseguiu atenuar, mas não apagar completamente o sentido pagão dessas Danças. O carnaval é a festa mais popular sob o ponto de vista cultural e psicológico; trata-se de uma “válvula de escape”, sem dúvida necessária, para que o povo, durante um curto período, possa expandir seus sentimentos, recalcados no severo regime de servidão feudal e tutelado pelo clero, como exemplo dessa proibição tem-se a inquisição sempre onipotente e a submissão de imperadores e reis ao papa.

Ellmerich (1964) indica que a própria palavra carnaval provém de “carrus navalis”, o barco a remo que levava o primeiro bailarino e chefe do coro do dithyrambus, é a comemoração da fertilidade do deus Dionísio, sua morte e sua ressurreição. Na era cristã, com transição dos costumes pagãos, o carnaval que precede os 40 dias da quaresma, e passa a significar “carne vale”, isto é, “adeus à carne” em vista da aproximação da quaresma que exige rigorosa abstinência. Ao passarem esses tipos de Danças de cunho religioso do domínio dos sacerdotes para o domínio do povo, elas transformaram-se em manifestações populares.

Essa transição da Dança religiosa para a folclórica pode ser percebida também em uma passagem em que
Encontram-se em França muitos interlúdios de castelos em que se reconhecem e elaboram os elementos dos futuros ballets de côrte: “entremezes” de dança, de acrobacias, de atrações exóticas; festas de grandes cidades para as chegadas de reis e príncipes com cavalgadas, carro de pantomimas, quadros vivos; “momices” com máscaras e disfarces. Todos os anos pelo Carnaval havia grandes festas; e outras surgiam pelo decorrer do ano.(MICHAUT, 1978, p. 10).
É interessante notar com Faro (1986) que, durante vários séculos, a Dança era apanágio do sexo masculino, e só muito mais tarde as mulheres passaram a participar ativamente das Danças folclóricas.

Na segunda parte da idade média surge o mestre de Danças que acompanha seus senhores, os nobres, e tem muitas vezes cargo de confiança. Aos poucos se converte em professor de boas maneiras e desde então, a Dança faz parte da educação dos cavalheiros.

Podemos comprovar sobre os mestres de Dança em uma nota de rodapé de um clássico que

Todos os cortesãos e os próprios reis eram amadores apaixonados da dança, habituados desde jovens à dança (como na maioria, tinham noções de música e tocavam um instrumento). Henrique II e Francisco II foram alunos do mestre de danças milanês Virgilio Brascio; Carlos IX, de Pompeo Diobone; Henrique III, de Francesco Giera; Luís XIII, do francês Boileau e Luís XIV, do ilustre Beauchamp. (MICHAUT, 1978, p. 13).

É nessa parte da história que o ballet toma todos os olhares, complicando a Dança de domínio do povo para ser uma Dança de domínio de quem poderia se manter dela, escapando dos cortesãos “amadores” para agora tornar-se a ocupação de profissionais como o rei Luís XIII; o ballet subiria às cenas mais elevadas do teatro mudando a sua ótica e transformando a sua técnica. Os movimentos dos braços, dos joelhos, os tempos saltados e batidos e logo depois as figuras de elevação, passarão a não ser vistos do alto como na pantomima, mas de frente, horizontal como uma Dança espetáculo. Temos então algumas vezes uma estreita união entre a pantomima e a Dança, o equilíbrio entre representações e passos virtuosismo, mas que dão certo encanto a estes ballets.

Com essa grande transformação da Dança tomando seu lugar e se caracterizando a partir de suas necessidades Michaut (1978) descreve que Beauchamp inventou um sistema de escrita coreográfica a fim de anotar a sua Dança por sinais. Sua obra inédita perdeu-se e se não foi a partir dela, foi pelo menos de acordo com seu aluno Pécourt que Feuillet estabeleceu a sua coreografia: a primeira gramática e o primeiro código da Dança francesa, que mais tarde viraria base para se ensinar e aprender qualquer outra Dança.

A partir do século XV aparecem os primeiros tratados teóricos: Domenice ou Domenichine de Plasencia escreveu “Da la arte di ballare et danzare”; em 1455, Antonio Cornazaro publica o “Libro dell’arte del danzare”. Na França, o tratado mais antigo é a “Orchésographie” de autoria de Thoinot – Arbeau, cônego da catedral de Langres; o volume foi impresso sem autorização do clérigo, pelo livreiro Jehan dês Preys em 1589. Sob o pseudônimo de Jean Tabouret, o cônego explica no seu livro as Danças admitidas na corte francesa. Esses dados foram coletados em Ellmerich (1964).

Até aqui a história da Dança foi lembrada do processo de civilização do mundo. Agora a atenção é do Brasil, país muito novo perto dos outros do nosso planeta, mas que a Dança para Ribas (1959) é também “... uma coordenação estética de movimentos corporais, uma expressão rítmico-musical de sentimentos humanos” sendo então de extrema necessidade ao homem brasileiro.

A Dança brasileira foi vista pela primeira vez

“... em solo europeu, realizou-se em 1550 na cidade de Ruão, capital da Normandia, por ocasião da visita do rei Henrique II de Valois e sua mulher, Catarina de Medicis. Num ambiente que devia representar a terra selvagem, há pouco descoberta, 50 índios brasileiros, em companhia de mais de 200 indivíduos, todos nus, pintados e enfeitados à moda dos primitivos habitantes do Brasil, simularam uma luta entre tupinambás e tabajaras.” (ELLMERICH, 1964, p. 108).

Ainda em revelações de Ellmerich (1964), foi a partir de 1538 que vieram as primeiras levas de negros africanos e foi justamente na Dança que a contribuição do africano é de maior importância. Suas Danças, às vezes têm nome de instrumento musical que serve de acompanhamento, exemplo o caxambu, outras ainda nome da cerimônia na qual são executadas, exemplo o maracatu e a gongada.

A princesa Isabel e seu marido, o conde D’Eu, realizaram inúmeros saraus e bailes no seu palácio, que hoje fica em Guanabara. Eles ajudaram a manter as Danças da Europa e a disseminar as brasileiras.

A Dança tem hoje em dia usos nunca sonhados antes. Pode ser usada até terapeuticamente, prescrita por muitos médicos como forma de obter recuperações físicas ou musculares. Segundo Faro (1986) hoje tudo pode ser considerado Dança,
É dança o que de bom se fez no passado, o que de bom se faz agora e o que de bom se fará no futuro, e será dança aquilo que contribuir efetivamente, aquilo que se somar positivamente às experiências vividas por gerações de artistas que dedicaram suas existências ao plantio e cultivo de uma arte cujos frutos surgem agora, não apenas nos nossos palcos, mas nas telas dos nossos cinemas e das nossas televisões, deixando de ser algo cultivado por uma pequena elite para se transformar num meio de entretenimento dos mais populares nas últimas décadas. (FARO, 1986, p. 130).

Dança Mexicana

O México já possuía antes da chegada dos espanhóis, uma grande variedade de danças.
Os religiosos que evangelizaram estas terras tentaram extirpá-las por considerarem muitas delas como ritos pagãos e como encontraram uma grande resistência, tentaram modificá-las.
Os povos indígenas então que possuíam grande imaginação as modificaram mais na aparência do que em seus fundamentos, e até hoje muitos de seus passos e vestimentas remontam dos mesmos usados por seus ancestrais.
A dança mexicana é um conjunto de coreografias típicas de várias regiões do país. São danças muito ricas em melodia, ritmos e movimentos que podem ser acompanhadas não só por instrumentos mas também por canto.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Maxixe, a dança proibida

O maxixe foi a primeira dança urbana criada no Brasil. Surgiu nos forrós da Cidade Nova e nos cabarés da Lapa, Rio de Janeiro RJ, por volta de 1875. Conhecido como a “dança proibida”, era dançado em locais mal-vistos pela sociedade como as gafieiras da época que eram freqüentadas também por homens da sociedade, em busca de diversão com mulheres de classes sociais menos favorecidas.


Considerado imoral aos bons costumes da época, além da forma supostamente sensual como seus movimentos eram executados foi perseguido pela Igreja, pela polícia, pelos educadores e chefes de família.
Sua entrada nos salões elegantes das principais capitais brasileiras foi terminantemente proibida até que, em 1914, Nair de Tefé, primeira dama do país, esposa do então presidente Hermes da Fonseca, iria escolher um maxixe, o "Gaúcho" ou "Corta-jaca", de Chiquinha Gonzaga, para ser executado ao violão, nos jardins do Palácio do Catete, para escândalo de todo o país.


Mais tarde o maxixe estendeu-se aos clubes carnavalescos e aos palcos dos teatros de revista e enriqueceu-se com grande variedade de passos e figurações: parafuso, saca-rolha, balão, carrapeta, corta-capim, etc.


Como todas as criações desse nosso miscigenado povo, ele se formou musical e coreograficamente pela fusão e adaptação de elementos originados em várias partes. Segundo o que se apurou até agora, a polca européia lhe forneceu o movimento, a habanera cubana lhe deu o ritmo, a música popular afro-brasileira como o lundu e o batuque também concorreram e finalmente o jeitinho brasileiro de dançar e tocar completaram o trabalho.


Da mesma fonte nasceu a sua coreografia: a vivacidade da polca, os requebros da habanera e do lundu. O resultado foi uma dança sensual e muito desenvolta que acabou sendo até proibida. O maxixe nasceu primeiro como dança. Dançava-se à moda maxixe as polcas da época, as habaneras, etc. Só mais tarde nasceu a música maxixe ou o ritmo maxixe e as composições passaram a trazer impresso em suas partituras o nome de maxixe como gênero.


A época do seu aparecimento coincide com a popularização da schottisch (nosso xotis, aportuguesado) e da polca. Teria o maxixe nascido exatamente da descida da polca, dos pianos dos salões para a música dos choros, à base de flauta, violão e ofclide. Transformada a polca em maxixe, via lundu dançado e cantado, por meio de uma estilização musical realizada pelos músicos dos conjuntos de choro, a descoberta do novo gênero de dança chegou ao conhecimento das outras classes sociais do Rio de Janeiro quase ao mesmo tempo em que a sua criação. Os veículos de divulgação da nova dança, foram os bailes das sociedades carnavalescas e o teatro de revista.


Segundo uma versão de Villa-Lobos, o maxixe tomou esse nome de um indivíduo apelidado Maxixe que, num carnaval, na sociedade Estudantes de Heidelberg, dançou um lundu de uma maneira nova. Foi imitado e toda gente começou a dançar como o Maxixe. Jota Efegê no seu maravilhoso livro Maxixe - a dança excomungada, editado em 1974 não corrobora esta versão. Mas também não consegue explicar a origem do nome. Em suas exaustivas pesquisas ele encontrou uma variedade grande de explicações que dão à origem do maxixe, até hoje, um certo ar de mistério.


O que se apurou realmente é que há, pela primeira vez, referências a machicheiros e machicheiras (com ch) em jornais de 29 de novembro de 1880. Foi a Gazeta da Tarde, do Rio de Janeiro que publicou uma matéria paga na coluna Publicações a Pedido nos seguintes termos: "U.R. (traduzidas por Jota Efegê como União Recreativa) - Primeira Sociedade do Catete - Poucas machicheiras... grande ventania de orelhas na sala. Parati para os sócios em abundância. Capilé e maduro para as machicheiras não faltou, serviço este a capricho do Primeiro Orelhudo dos Seringas - O poeta das azeitonas."


Diz Jota Efegê que em nenhum dos puffs, da época do carnaval, encontrados nos jornais de antes de 1880, aparece referência ao machiche ou mesmo machicheiros e machicheiras (com ch). Só em 1883, no Carnaval, a dança é anunciada numa quadrinha e sua prática incitada nas folganças de Momo:


Cessa tudo quanto a musa antiga canta
Que do castelo este brado se alevanta
Caia tudo no maxixe, na folgança
Que com isso dareis gosto ao Sancho Pança.

Era um puff do Club dos Democráticos publicado no Jornal do Comércio de 4 de fevereiro de 1883, um domingo gordo de Carnaval. Segundo Jota Efegê esta foi a primeira referência comprovada ao nome maxixe, grafado com x e não com ch. Mas, até então, o maxixe era apenas dança. A música denominada maxixe só se firmou como tal depois da dança se haver caracterizado plenamente. Dançava-se maxixe, ou à moda maxixe, as polcas, as habaneras, a polca-lundu e posteriormente até o tango brasileiro, chamado de tanguinho. As primeiras partituras a apresentarem o nome maxixe como gênero de música, só apareceram por volta de 1902 a 1903.


Na Discografia Brasileira de 78 rpm o nome maxixe só aparece na etiqueta dos discos a partir da série Zon-O-Phone 1500 da Casa Edison ou, mais precisamente, nos discos 1585, 1597 e 1598. A divulgação do maxixe dança foi levada a efeito por um bailarino brasileiro chamado Antônio Lopes de Amorim Diniz, um dentista, que abandonou a profissão e em companhia das bailarinas Maria Lina, Gaby e Arlette Dorgère levou o maxixe para Paris fazendo enorme sucesso. Pela elegância dos seus passos, acabou recebendo o nome de Duque.


No Brasil sua divulgação maior se deu no teatro de revistas onde não foi menos aplaudido. Os programas das revistas traziam-no como tempero indispensável e os artistas dançavam-no com uma variedade admirável de nuanças. Segundo Marisa Lira, o maxixe foi o primeiro passo dado para a nacionalização da nossa música popular. Os compositores da Velha Guarda dedicaram ao povo "endiabrados maxixes que entonteceram à gente daquela época".


Entre os cultores do gênero - como música e não como dança - destacam-se Irineu de Almeida, Sebastião Cyrino e Duque, Sinhô, Romeu Silva, Pixinguinha, Paulinho Sacramento, Freire Junior e Chiquinha Gonzaga - a grande maestrina brasileira, que compreendeu perfeitamente o ritmo desse gênero musical e, graças as várias facetas do seu talento, criou um maxixe para a peça "Forrobodó", uma burleta de costumes cariocas de Carlos Bittencourt e Luiz Peixoto e que fez enorme sucesso na época.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Dança Classica Indiana

A história nos conta que a origem da dança se deu juntamente com o teatro através de uma escritura chamada Natya Shastra. Natya é a junção de drama (atuação), música e dança, Shastra quer dizer escritura. É dito que o Natya Shastra foi composto pelo próprio Deus Brahma, o senhor da criação, e que para sua composição foram extraídos textos dos quatro Vedas. Por tal motivo, o Natya Shastra também é chamado de Natya Veda já que Brahma incorporou todas as artes e ciências que havia nos Vedas. Do Sama Veda ele retirou a música, do Rig Veda a poesia e a prosa, do Yajur Veda o gestual e a maquiagem e finalmente do Atharva Veda a representação dramática. Originalmente a dança era apresentada dentro dos Templos em uma sala especialmente construída e chamada de Natyamandapa, era executada por mulheres chamadas de “Devadasis”. Deva significa Deus e dasi, serva, portanto a dança era considerada como uma oferenda aos Deuses assim como a comida, as flores, etc...
A técnica da Dança Indiana
A dança clássica indiana é dividida em Nritta (dança pura ou abstrata) e Nrittya (dança expressiva). Nritta é composta de movimentos baseados no ritmo e na música e não possui significado, tendo um caráter puramente decorativo e abstrato. Os ítens de dança pura, como são chamados, possuem complicados padrões rítmicos e diferentes medidas de tempo nos ciclos métricos. Em Nritta, a ênfase é nos movimentos puros de dança, criando padrões no espaço e no tempo sem nenhuma intenção especifica de projetar qualquer emoção. Os movimentos são criados pelas várias partes do corpo para produzir beleza estética. A unidade básica da dança é chamada de Adavu, que quer dizer “combinação” e no caso da dança pura, combina passos e gestos chamados de Nritta Hastas.
Nrittya é composto de Hastas e Abhinaya que são usados para contar histórias através da expressão das mãos, do rosto e do corpo. A palavra Hastas quer dizer mão e os principais Hastas (ou Mudras) usados em Nrittya são os Asamyukta (simples) e os Samyukta (compostos). Abhinaya é uma síntese de vários aspectos do processo dramático e normalmente esta palavra e traduzida como “atuar” ou "educar".
Há quatro tipos de Abhinaya citados nas escrituras: Angika, Vacika, Aharya e Satvika. Angika se refere às expressões do corpo, Vacika à fala ou canto, Aharya a caracterização e Satvika se refere ao comportamento das personagens, a expressão da graciosidade e a emoção propriamente dita.
Rasa e Bhava são os principais componentes de Abhinaya. Rasa quer dizer sabor e Bhava, sentimento ou emoção. As principais expressões do rosto são chamadas de Nava Rasas e são compostas de: Sringaram (amor), Veeram (heroísmo), Karuna (tristeza ou compaixão), Adbhuta (maravilhamento), Raudram (ira), Hasya (humor ou comedia), Bhayanaka (medo ou pavor), Bibhatsa (nojo) e Shanta (paz).
Os estilos de Dança Clássica Indiana
"Os Deuses criaram a dança como um instrumento para entretenimento. Mais tarde, com o propósito de agradar os Deuses, os seres humanos passaram a representar as histórias e as glórias dos Deuses. Deste modo começou o ciclo de celebração manifestada no alegre abandono do movimento e da música. Durante um período de aproximadamente dois milênios, a dança na Índia adquiriu um conjunto gramático, o qual levou a uma certa codificação da técnica. Deste modo foram plantadas as sementes do celebrado tratado de Bharatha Muni, o Natya Shastra. Isto foi complementado com uma acelerada manifestação da religião formalizada através dos Templos. Nos Templos, a arte da dança se desenvolveu em sua glória primordial, oferecida como era, aos Deuses. Os reis eram patronos de várias formas de arte e, assim, as Cortes também tiveram um papel importante na promoção e propagação da dança. Com novas influências culturais no milênio passado, deu-se a fusão e a síntese. As tradições da Ásia Central foram absorvidas no repertório da dança a qual deixou parcialmente suas amarras nos Templos e se mudou para a Corte. O domínio colonial da Índia levou ao lento desaparecimento da dança clássica, a qual, quando o País ganhou sua independência foi revivida. O espirito de rejuvenescimento tem ajudado a Dança Clássica Indiana a atingir um importante lugar no mundo cultural."
Atualmente existem sete estilos considerados clássicos na Índia:

sábado, 2 de outubro de 2010

Apresentação de ballet

Pré-Indicação na Escola Bolshoi

01/10/2010
Na próxima semana nos dias 4, 5 e 6 de outubro, das 8 às 18 horas, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil realiza a etapa de pré-indicação para admissão dos novos alunos, vagas 2011. A etapa é realizada na sede da Escola com crianças da rede pública de ensino da cidade de Joinville, com idade entre nove e 11 anos.

Cerca de mil alunos farão atividades, com os profissionais da instituição, baseadas em exercícios específicos que avaliam a flexibilidade, postura e coordenação motora. Nesta etapa são escolhidos os indicados para o processo seletivo, realizado de 22 a 24 de outubro de 2010, que tem a participação de candidatos de diversas partes do país.

domingo, 19 de setembro de 2010

Hardstyle

Antes o que as pessoas mais procuravam aprender era o psy ritmo que até hoje é tocado nas melhores baladas do país, só que agora parece que o psy está se tornando meio que ultrapassado e com o tempo foram surgindo várias outras danças como o Jumpstyle entre outras danças que foram assim fazendo a cabeça das outras pessoas principalmente dos jovens que gostam de dançar isso na escola.
O ritmo que todo mundo esta dançando em qualquer lugar é o Hardstyle que está fazendo maior sucesso e pelo que parece ela é uma das danças mais legais de se ver e para quem quer se aventurar nesse tipo de movimento é muito legal estar aprendendo mais é claro que é preciso ter muita força de vontade, além disso, é necessário fazer muitas aulas já que não se consegue aprender o hardstyle de uma hora para outra.
Só que o melhor a ser feito é estar vendo vídeos no youtube que ensinem a dançar o hardstyle bastar procurando já que existe um monte que ensina a dançar, um ponto positivo que existem entre dançar é que perderá bastante peso já que fará bastante movimento onde o seu corpo não ficara parado um minuto se quer e depois que tiver aprendido o que tem fazer é ir para uma balada e mostra o que sabe para que todo mundo veja o seu potencial.
Esse ritmo é tão interessante que muitas pessoas depois que aprendem a dançar acabam fazendo desse meio um modo de estar ganhando um pouco mais de dinheiro ensinando outros que querem aprender também.
Aqui está um video que mostra como dançar esse ritmo que está se tornando uma mania entre os jovens:

sábado, 18 de setembro de 2010

Psy trace

O Psy é uma vertente do trance. É, por muitos, visto como um estilo musical que satisfaz o gosto dos fritos, fanfarrões, viciados em sexo e drogados de modo geral. O que poucos sabem é que o Psy na realidade a trilha sonora ideal para a época de acasalamento de bombatrancers e suas respectivas fêmeas, as biscatrancers (considerando-se o fato de que o bombatrancer em questão não é um completo Viado, o que é muito difícil).
Geralmente, os ouvintes são pobres metidos a playboys e pattys, que trabalham na roça o dia inteiro para, a noite pagarem de bonzões/boazudas e se acasalarem [Geralmente, quando as biscatrancers engravidam,nunca sabem de qual suposto macho é o filho. Por isso, os filhos delas são, cientificamente chamados de "homo-biscatrancers" uma espécie mutante de pagodeiros com psyzeiros], mas isso é uma micro-minoria, a maioria são ninguém mais ninguém menos que os paga-paus que fingem que curtem só pra entrar na onda do povo, mas não adianta bosta nenhuma, ninguem gosta deles do mesmo jeito. Atualmente, a "música" PSY, que antigamente só permitia a entrada de menores, virou um parque de diversões onde você pode encontrar o Show da Xuxa, Sérgio Malandro, Pokémon e qualquer outra animação infantil. Pais com a intenção de ficarem sozinhos em casa para reatar a vida sexual mandam seus filhos para uma festinha de psy. Resultado disso: chegam em casa só no outro dia (quando chegam) e vão direto pra cama, deixando assim todos felizes!


O principal instrumento dos psyzeros, só não é mais importante que a Guitarra.
Pode ser, também, uma fuga para todos aqueles que não sabem dançar qualquer outro tipo de música. Para dançar esta modalidade de música é necessário apenas saber se movimentar como um macaco (movimentando os braços para frente, cima e não se esquecendo de bater o pé no chão). Uma dica de todo dançarino é utilizar de artifícios naturais, seja ele "um tapinha só, meu!" ou então os calmantes "cogumelos da varanda".