sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Hisória da Dança!!!!

Antes do homem se exprimir através de uma linguagem oral, ele dançou. A dança foi à expressão do homem através da linguagem gestual. O homem estabeleceu posteriormente todo um código de sinais, gestos e expressões fisionômicas ao qual imprimiu vários ritmos. A dança então foi à primeira manifestação de comunicação do homem. A partir dessa perspectiva, este estudo objetiva verificar a dança no processo histórico, construindo um material rico em conhecimento, voltando olhares para seu status atual. A revisão bibliográfica realizada identificou que a dança esta em todo o processo de civilização acompanhando a sociedade e servindo como meio para o homem expressar. Assim a dança esta presente em todo processo de civilização e acompanha a evolução social, percebe-se com os professores de Educação Física que a tem como conteúdo escolar, com as academias de alto rendimento, com a mídia extremamente acessível. Enfim, continuará existindo expressão de movimentos e sentimentos se houver compreensão histórica da arte mais completa e antiga do mundo.

Introdução

Abordaremos aqui, um pouco sobre a origem da Dança na vida do homem e sua trajetória histórica, desde os tempos mais primitivos até os dias de hoje. A pesquisa da história da dança no seu maior âmbito fez refletir sobre como ela se insere no espaço social desde o surgimento da humanidade como produtora de cultura até os dias atuais.

A Dança no contexto histórico

- Origem da Dança na vida do homem e sua trajetória histórica

Na busca da origem da Dança encontrou-se que antes do homem se exprimir através de uma linguagem oral, ele dançou (linguagem gestual). Em Ellmerich (1964) no Egito havia Danças sacras em homenagem a ÁPIS, o “touro sagrado”, diante de HAT HOR a deusa da dança e da música. Percebemos aqui a linguagem gestual da Dança diretamente ligada às marcações rítmicas da música, passando a ser denominada essa junção de ritual. Ribas (1959) afirma que o homem estabeleceu posteriormente todo um código de sinais, gestos e expressões fisionômicas ao qual imprimiu vários ritmos.

O ritmo, que acompanha o gesto, é uma descarga emocional servindo para regular e medir todas as forças vitais; é ele que estabelece a harmonia e equilíbrio dos movimentos, preside à ordem das coisas e dá aos gestos do homem e às suas reações a força e a expressão. O ritmo é o primeiro movimento da vida que incide sobre os músculos do corpo humano. Para confirmar esse estudo detectamos que

Existem indícios de que o homem dança desde os tempos mais remotos. Todos os povos, em todas as épocas e lugares dançaram. Dançaram para expressar revolta ou amor, reverenciar ou afastar deuses, mostrar força ou arrependimento, rezar, conquistar, distrair, enfim, viver! (TAVARES, 2005, p.93).

Ainda percebe-se nessa primeira forma de comunicação, que ela

[...] aparece registrada nos mais antigos testemunhos gráficos da préhistória, documento que datam da última época glaciar, dez a quinze anos antes da nossa era e podem ser observados nas cavernas préhistóricas do Levante espanhol – Alpera (Valência) e Cogull (Lérida) – e são semelhantes a outros documentos pré-históricos relativos à Dança encontrados na África do Sul (Rodésia e Orange) e na França (Solutrais e Dourdogne). Tais pinturas rupestres levam-nos a crer que o homem primitivo executava danças colectivas nas quais predominavam os movimentos convulsivos e desordenados [...] (RIBAS, 1959, p.26).

Quando o homem sai do seu estado primitivo, estado selvagem, e passa a outro padrão de vida que é o de viver em sociedade, surge à organização do trabalho para a sobrevivência comum, e esse trabalho é a caça, a trituração de raízes, sementes, folhas, etc. Muitos desses trabalhos eram efetuados e regulados por marcações rítmicas, como pancadas e gritos.

Mais adiante na história da humanidade detectamos que os hebreus possuíam Danças próprias e outras provavelmente de origem egípcia. No velho e o novo testamento dos textos bíblicos obteve-se exemplos de quatro momentos em que a Dança estava presente, primeiro como

Quando a cavalaria do Faraó entrou no mar com seus carros e cavaleiros, Javé fez voltar sobre eles as águas do mar, enquanto os filhos de Israel caminharam a pé enxuto pelo meio do mar. A profetisa Maria, irmã de Aarão, pegou tamborim, e todas as mulheres a seguiram com tamborins, formando coros de dança. E Maria entoava:
“Cantem a Javé, pois sua vitória é sublime: ele atirou no mar carros e cavalos”. (BÍBLIA SAGRADA, 1995, p. 87, êxodo 15-16, c 15 v 19,20 e 21).
Depois na festividade ao falso deus de Israel (bezerro de ouro construído por Aarão com os brincos das mulheres) que é interrompida por Moisés que desce do Monte Sinai para salvar o povo da perversão, observa que

Quando se aproximou do acampamento e viu o bezerro e as danças, Moisés ficou enfurecido, jogou as tábuas e as quebrou no pé da montanha. Pegou o bezerro que haviam feito, o queimou e moeu até reduzi-lo em pó. Depois espalhou o pó na água e fez os filhos de Israel beberem. (BÍBLIA SAGRADA, 1995, p. 105, êxodo 32, c 32 v 19 e 20).

Terceiro exemplo é dos dez mandamentos que Moisés trouxe do Monte Sinai e foram guardados dentro de uma arca (espécie de baú) que era aberta somente por uma pessoa pura de pecados uma vez por ano. Uma dessas pessoas foi Davi que a transportou da casa de Obed-Edom para a sua cidade. Quando chegaram

Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor, cingido com um efod de linho1. O rei e todos os israelitas condizaram a arca do Senhor, soltando gritos de alegria e tocando a trombeta. Ao entrar a arca do Senhor na cidade de Davi, Micol, Filha de Saul, olhando pela janela, viu o rei Davi saltando e dançando diante do Senhor, e desprezou-o em seu coração... Voltando Davi para abençoar a família, Micol, filha de Saul, veio-lhe ao encontro e disse-lhe: “Como se distinguiu hoje o rei de Israel, dando-se em espetáculo às servas de seus servos, e descobrindo-se sem pudor, como qualquer um do povo!” – “Foi diante do Senhor que dancei, replicou Davi; diante do Senhor que me escolheu e me preferiu a teu pai e a toda a tua família, para fazer-me o chefe de seu povo de Israel. Foi diante do Senhor que dancei.(BÍBLIA SAGRADA, 2006, p. 342, Samuel, c 6 v 14, 15, 16, 20 e 21).

Por fim temos a história de que havia muitos boatos sobre Jesus, de que era Elias, de que era um profeta como qualquer outro, mas o rei Herodes repetia que era a ressurreição de João Batista. Herodíades, casada com Filipe que era irmão do rei, teria se interessado por João que em Marcos, c 6 v 18 (2006) percebemos que ele dizia “não te é permitido ter a mulher de teu irmão”, e assim ela o odiava e queria matá-lo. Até que chegou o dia oportuno, o aniversário do rei Herodes, que este convidou para um banquete algumas pessoas da corte e os principais da Galiléia. Então

A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: “Pedeme o que quiseres, e eu to darei.” (BÍBLIA SAGRADA, 2006, p. 1329, Marcos, c 6 v 22).

Sem saber o que falar correu até a Mãe que a aconselhou e a frente de Herodes e seus convidados pediu a cabeça do profeta João Batista, narrador no novo testamento, que logo em seguida foi decapitado no cárcere onde já estava preso a pedido de Herodíades.

As Danças religiosas eram executadas nos próprios templos ou em outros lugares, mas para uma entidade superior como o “Senhor” citado nos textos bíblicos. Destas ressalta-se a dança das tochas executada na festa dos tabernáculos. É provável que na corte do rei Salomão já existisse bailarinas profissionais.

Através de Platão, Sócrates um dos grandes filósofos gregos, considerou a Dança como a atividade que formava o cidadão por completo. A Dança daria proporções corretas ao corpo, seria fonte de boa saúde, além de ser ótima maneira de reflexão estética e filosófica, o que a faz ganhar espaço na educação grega. O homem grego não separava o corpo do espírito e acreditava que o equilíbrio entre ambos que lhe trazia o conhecimento e a sabedoria.

Nessa época histórica não nos passa despercebido que havia Dança também entre os Etruscos e os Romanos. Entre os Etruscos só se observa à Dança através de representações, pois não há, até hoje, conhecimento de textos escritos. Mas podemos perceber, que recebeu forte influência dos gregos desde o Séc. VII a.C., pelas representações em que aparecem indícios de Danças guerreiras, dionisíacas, de Banquete, entre outras. As representações mostram movimentos harmônicos entre gestos e discursos, na mímica antiga. Este estudo como outros dentro desse tema, agradece

A arqueologia, maravilhosa ciência que tanto esclareceu e continua a esclarecer sobre o nosso passado próximo ou longínquo,ao traduzir a escrita de povos hoje desaparecidos, não deixa de indicar a existência da dança como parte integrante de cerimônias religiosas, parecendo correto afirma-se que a dança nasceu da religião, se é que não nasceu junto com ela. (FARO, 1986, p. 13).

Entre os Romanos, a Dança parecia ter um sentido mais claro e específico: tudo girava entorno de Reis, República e Império. Do séc. VII ao Séc. VI a.C., Roma foi dominada pelos Etruscos; assim, as Danças eram de origem agrária. Mas, podemos destacar também as danças guerreiras (costume entre os Salinos) celebradas amplamente durante a primavera, e em honra a Marte, deus da guerra, ou seja, ainda nessa época encontra-se a Dança sagrada.

A população era basicamente de soldados em Roma, onde desprezava-se a Dança, considerando-a incompatível com o espírito do povo conquistador, então degradaram a Dança como fizeram com a poesia, a escultura e a filosofia. A maior parte do povo surgia nas enormes arenas, por exemplo, no Coliseu e no Circus Maximus, para ver gladiadores lutando com animais ferozes; isso sim era arte.

No Baixo Império, na Roma cosmopolita da época, onde não mais podia se representar o drama falado por causa da diversidade de línguas, e onde os espetáculos refletiam a decadência da história, as artes tornaram cada vez mais grosseiras, sendo representadas pela violência sádica do circo e a obscenidade da pantomima. A Dança foi, assim, envolvida na corrupção do modo de vida romano.

Na condenação do cristianismo de que esse mundo apodrecia, ele englobou as artes que refletiam essa decomposição. Percebe-se que

Os padres da Igreja, Santo Agostinho entre elas, condenara "essa loucura lasciva chamada dança, negócio do diabo". Além desta maldição circunstancial, a contaminação do pensamento bíblico pelo dualismo grego que levou São Paulo a opor o espírito aos sentimentos e a desprezar o corpo: o bem, no homem, só está na alma, e todo o mal vem da carne. Essa perversão dualista do cristianismo trouxe como conseqüências a consideração do corpo como obstáculo à vida da alma e a orientação da vida para outro mundo, com a negação da carne, que deve ser ignorada, punida, e mortificada. (WISSMANN, 2008).

A Dança perdeu sua força nessa atmosfera de suspeita em relação ao corpo. A partir do século IV, com os imperadores ditos "cristãos", o teatro e a Dança foram condenados. O batismo era recusado aos que atuavam no circo ou na pantomima. E 398, no Concílio de Cartago, os que iam ao teatro nos dias santos foram excomungados. Mesmo no século XVII, na França, os comediantes ainda não podiam ser enterrados no "campo santo". A tradição popular, no entanto, é tão forte que até o século XII a Dança, sob a forma de rondas que acompanhavam os salmos, fez parte da liturgia. A partir do século XII, a Dança foi banida.

Não sobreviveu senão nas "danças macabras", Danças da morte e contra a morte, numa época de temor a fome, da guerra e da peste. Na época da peste negra, 1349, multiplicaram-se os fenômenos de transe e possessão, com as Danças convulsivas. Fora disso só se desenvolveram as Danças profanas: as caroles dos camponeses, que se desdobraram nas farândolas evocadas por Breughel e depois Rubens, e as basses danses dos nobres, sufocados em pesadas vestimentas de luxo.

É apenas no renascimento que a Dança voltou a florescer, quando surgiu uma nova atitude em relação ao dualismo cristão, e os valores mundanos da vida e do corpo foram novamente exaltados. No mundo Renascentista em vias de secularização, as artes que estavam até então a serviço da Igreja, tornaram-se símbolo de riqueza e poder. Temos como exemplo no século XV, na Itália, o ballet que nasceu do cerimonial da corte e dos divertimentos da aristocracia.

Pode-se dizer, a rigor, que a Dança dessa época saiu do gueto, porque, tendo sida repudiada pela sociedade oficial da Igreja, a tradição só foi mantida por causa dos guetos e só no século XV que surgiu o primeiro grande professor da Dança da Itália, foi Guglielmo Ebreo (Guilherme, o Judeu) que teve um papel fundamental na criação do ballet como coreógrafo do duque Urbino, na mesma época em que Piero della Francesca era pintor deste. Depois Guglielmo Ebreo passou a servir Loureço, o Magnífico. Foi também o autor do primeiro tratado da Dança, neste apresenta-se as qualidades de um dançarino: o ritmo, pelo qual ele segue a cadência; a memória dos passos e suas combinações; o sentido do espaço, para compor figuras num enquadramento limitado; ser leve dominando a arte do salto e da queda elegante; a "maneira", isto é, o estilo de elegância e a coordenação dos movimentos do corpo que se desloca com graça e precisão.

Na idade média, nas Danças populares, encontramos os mesmos motivos das Danças primitivas. O cristianismo conseguiu atenuar, mas não apagar completamente o sentido pagão dessas Danças. O carnaval é a festa mais popular sob o ponto de vista cultural e psicológico; trata-se de uma “válvula de escape”, sem dúvida necessária, para que o povo, durante um curto período, possa expandir seus sentimentos, recalcados no severo regime de servidão feudal e tutelado pelo clero, como exemplo dessa proibição tem-se a inquisição sempre onipotente e a submissão de imperadores e reis ao papa.

Ellmerich (1964) indica que a própria palavra carnaval provém de “carrus navalis”, o barco a remo que levava o primeiro bailarino e chefe do coro do dithyrambus, é a comemoração da fertilidade do deus Dionísio, sua morte e sua ressurreição. Na era cristã, com transição dos costumes pagãos, o carnaval que precede os 40 dias da quaresma, e passa a significar “carne vale”, isto é, “adeus à carne” em vista da aproximação da quaresma que exige rigorosa abstinência. Ao passarem esses tipos de Danças de cunho religioso do domínio dos sacerdotes para o domínio do povo, elas transformaram-se em manifestações populares.

Essa transição da Dança religiosa para a folclórica pode ser percebida também em uma passagem em que
Encontram-se em França muitos interlúdios de castelos em que se reconhecem e elaboram os elementos dos futuros ballets de côrte: “entremezes” de dança, de acrobacias, de atrações exóticas; festas de grandes cidades para as chegadas de reis e príncipes com cavalgadas, carro de pantomimas, quadros vivos; “momices” com máscaras e disfarces. Todos os anos pelo Carnaval havia grandes festas; e outras surgiam pelo decorrer do ano.(MICHAUT, 1978, p. 10).
É interessante notar com Faro (1986) que, durante vários séculos, a Dança era apanágio do sexo masculino, e só muito mais tarde as mulheres passaram a participar ativamente das Danças folclóricas.

Na segunda parte da idade média surge o mestre de Danças que acompanha seus senhores, os nobres, e tem muitas vezes cargo de confiança. Aos poucos se converte em professor de boas maneiras e desde então, a Dança faz parte da educação dos cavalheiros.

Podemos comprovar sobre os mestres de Dança em uma nota de rodapé de um clássico que

Todos os cortesãos e os próprios reis eram amadores apaixonados da dança, habituados desde jovens à dança (como na maioria, tinham noções de música e tocavam um instrumento). Henrique II e Francisco II foram alunos do mestre de danças milanês Virgilio Brascio; Carlos IX, de Pompeo Diobone; Henrique III, de Francesco Giera; Luís XIII, do francês Boileau e Luís XIV, do ilustre Beauchamp. (MICHAUT, 1978, p. 13).

É nessa parte da história que o ballet toma todos os olhares, complicando a Dança de domínio do povo para ser uma Dança de domínio de quem poderia se manter dela, escapando dos cortesãos “amadores” para agora tornar-se a ocupação de profissionais como o rei Luís XIII; o ballet subiria às cenas mais elevadas do teatro mudando a sua ótica e transformando a sua técnica. Os movimentos dos braços, dos joelhos, os tempos saltados e batidos e logo depois as figuras de elevação, passarão a não ser vistos do alto como na pantomima, mas de frente, horizontal como uma Dança espetáculo. Temos então algumas vezes uma estreita união entre a pantomima e a Dança, o equilíbrio entre representações e passos virtuosismo, mas que dão certo encanto a estes ballets.

Com essa grande transformação da Dança tomando seu lugar e se caracterizando a partir de suas necessidades Michaut (1978) descreve que Beauchamp inventou um sistema de escrita coreográfica a fim de anotar a sua Dança por sinais. Sua obra inédita perdeu-se e se não foi a partir dela, foi pelo menos de acordo com seu aluno Pécourt que Feuillet estabeleceu a sua coreografia: a primeira gramática e o primeiro código da Dança francesa, que mais tarde viraria base para se ensinar e aprender qualquer outra Dança.

A partir do século XV aparecem os primeiros tratados teóricos: Domenice ou Domenichine de Plasencia escreveu “Da la arte di ballare et danzare”; em 1455, Antonio Cornazaro publica o “Libro dell’arte del danzare”. Na França, o tratado mais antigo é a “Orchésographie” de autoria de Thoinot – Arbeau, cônego da catedral de Langres; o volume foi impresso sem autorização do clérigo, pelo livreiro Jehan dês Preys em 1589. Sob o pseudônimo de Jean Tabouret, o cônego explica no seu livro as Danças admitidas na corte francesa. Esses dados foram coletados em Ellmerich (1964).

Até aqui a história da Dança foi lembrada do processo de civilização do mundo. Agora a atenção é do Brasil, país muito novo perto dos outros do nosso planeta, mas que a Dança para Ribas (1959) é também “... uma coordenação estética de movimentos corporais, uma expressão rítmico-musical de sentimentos humanos” sendo então de extrema necessidade ao homem brasileiro.

A Dança brasileira foi vista pela primeira vez

“... em solo europeu, realizou-se em 1550 na cidade de Ruão, capital da Normandia, por ocasião da visita do rei Henrique II de Valois e sua mulher, Catarina de Medicis. Num ambiente que devia representar a terra selvagem, há pouco descoberta, 50 índios brasileiros, em companhia de mais de 200 indivíduos, todos nus, pintados e enfeitados à moda dos primitivos habitantes do Brasil, simularam uma luta entre tupinambás e tabajaras.” (ELLMERICH, 1964, p. 108).

Ainda em revelações de Ellmerich (1964), foi a partir de 1538 que vieram as primeiras levas de negros africanos e foi justamente na Dança que a contribuição do africano é de maior importância. Suas Danças, às vezes têm nome de instrumento musical que serve de acompanhamento, exemplo o caxambu, outras ainda nome da cerimônia na qual são executadas, exemplo o maracatu e a gongada.

A princesa Isabel e seu marido, o conde D’Eu, realizaram inúmeros saraus e bailes no seu palácio, que hoje fica em Guanabara. Eles ajudaram a manter as Danças da Europa e a disseminar as brasileiras.

A Dança tem hoje em dia usos nunca sonhados antes. Pode ser usada até terapeuticamente, prescrita por muitos médicos como forma de obter recuperações físicas ou musculares. Segundo Faro (1986) hoje tudo pode ser considerado Dança,
É dança o que de bom se fez no passado, o que de bom se faz agora e o que de bom se fará no futuro, e será dança aquilo que contribuir efetivamente, aquilo que se somar positivamente às experiências vividas por gerações de artistas que dedicaram suas existências ao plantio e cultivo de uma arte cujos frutos surgem agora, não apenas nos nossos palcos, mas nas telas dos nossos cinemas e das nossas televisões, deixando de ser algo cultivado por uma pequena elite para se transformar num meio de entretenimento dos mais populares nas últimas décadas. (FARO, 1986, p. 130).

Dança Mexicana

O México já possuía antes da chegada dos espanhóis, uma grande variedade de danças.
Os religiosos que evangelizaram estas terras tentaram extirpá-las por considerarem muitas delas como ritos pagãos e como encontraram uma grande resistência, tentaram modificá-las.
Os povos indígenas então que possuíam grande imaginação as modificaram mais na aparência do que em seus fundamentos, e até hoje muitos de seus passos e vestimentas remontam dos mesmos usados por seus ancestrais.
A dança mexicana é um conjunto de coreografias típicas de várias regiões do país. São danças muito ricas em melodia, ritmos e movimentos que podem ser acompanhadas não só por instrumentos mas também por canto.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Maxixe, a dança proibida

O maxixe foi a primeira dança urbana criada no Brasil. Surgiu nos forrós da Cidade Nova e nos cabarés da Lapa, Rio de Janeiro RJ, por volta de 1875. Conhecido como a “dança proibida”, era dançado em locais mal-vistos pela sociedade como as gafieiras da época que eram freqüentadas também por homens da sociedade, em busca de diversão com mulheres de classes sociais menos favorecidas.


Considerado imoral aos bons costumes da época, além da forma supostamente sensual como seus movimentos eram executados foi perseguido pela Igreja, pela polícia, pelos educadores e chefes de família.
Sua entrada nos salões elegantes das principais capitais brasileiras foi terminantemente proibida até que, em 1914, Nair de Tefé, primeira dama do país, esposa do então presidente Hermes da Fonseca, iria escolher um maxixe, o "Gaúcho" ou "Corta-jaca", de Chiquinha Gonzaga, para ser executado ao violão, nos jardins do Palácio do Catete, para escândalo de todo o país.


Mais tarde o maxixe estendeu-se aos clubes carnavalescos e aos palcos dos teatros de revista e enriqueceu-se com grande variedade de passos e figurações: parafuso, saca-rolha, balão, carrapeta, corta-capim, etc.


Como todas as criações desse nosso miscigenado povo, ele se formou musical e coreograficamente pela fusão e adaptação de elementos originados em várias partes. Segundo o que se apurou até agora, a polca européia lhe forneceu o movimento, a habanera cubana lhe deu o ritmo, a música popular afro-brasileira como o lundu e o batuque também concorreram e finalmente o jeitinho brasileiro de dançar e tocar completaram o trabalho.


Da mesma fonte nasceu a sua coreografia: a vivacidade da polca, os requebros da habanera e do lundu. O resultado foi uma dança sensual e muito desenvolta que acabou sendo até proibida. O maxixe nasceu primeiro como dança. Dançava-se à moda maxixe as polcas da época, as habaneras, etc. Só mais tarde nasceu a música maxixe ou o ritmo maxixe e as composições passaram a trazer impresso em suas partituras o nome de maxixe como gênero.


A época do seu aparecimento coincide com a popularização da schottisch (nosso xotis, aportuguesado) e da polca. Teria o maxixe nascido exatamente da descida da polca, dos pianos dos salões para a música dos choros, à base de flauta, violão e ofclide. Transformada a polca em maxixe, via lundu dançado e cantado, por meio de uma estilização musical realizada pelos músicos dos conjuntos de choro, a descoberta do novo gênero de dança chegou ao conhecimento das outras classes sociais do Rio de Janeiro quase ao mesmo tempo em que a sua criação. Os veículos de divulgação da nova dança, foram os bailes das sociedades carnavalescas e o teatro de revista.


Segundo uma versão de Villa-Lobos, o maxixe tomou esse nome de um indivíduo apelidado Maxixe que, num carnaval, na sociedade Estudantes de Heidelberg, dançou um lundu de uma maneira nova. Foi imitado e toda gente começou a dançar como o Maxixe. Jota Efegê no seu maravilhoso livro Maxixe - a dança excomungada, editado em 1974 não corrobora esta versão. Mas também não consegue explicar a origem do nome. Em suas exaustivas pesquisas ele encontrou uma variedade grande de explicações que dão à origem do maxixe, até hoje, um certo ar de mistério.


O que se apurou realmente é que há, pela primeira vez, referências a machicheiros e machicheiras (com ch) em jornais de 29 de novembro de 1880. Foi a Gazeta da Tarde, do Rio de Janeiro que publicou uma matéria paga na coluna Publicações a Pedido nos seguintes termos: "U.R. (traduzidas por Jota Efegê como União Recreativa) - Primeira Sociedade do Catete - Poucas machicheiras... grande ventania de orelhas na sala. Parati para os sócios em abundância. Capilé e maduro para as machicheiras não faltou, serviço este a capricho do Primeiro Orelhudo dos Seringas - O poeta das azeitonas."


Diz Jota Efegê que em nenhum dos puffs, da época do carnaval, encontrados nos jornais de antes de 1880, aparece referência ao machiche ou mesmo machicheiros e machicheiras (com ch). Só em 1883, no Carnaval, a dança é anunciada numa quadrinha e sua prática incitada nas folganças de Momo:


Cessa tudo quanto a musa antiga canta
Que do castelo este brado se alevanta
Caia tudo no maxixe, na folgança
Que com isso dareis gosto ao Sancho Pança.

Era um puff do Club dos Democráticos publicado no Jornal do Comércio de 4 de fevereiro de 1883, um domingo gordo de Carnaval. Segundo Jota Efegê esta foi a primeira referência comprovada ao nome maxixe, grafado com x e não com ch. Mas, até então, o maxixe era apenas dança. A música denominada maxixe só se firmou como tal depois da dança se haver caracterizado plenamente. Dançava-se maxixe, ou à moda maxixe, as polcas, as habaneras, a polca-lundu e posteriormente até o tango brasileiro, chamado de tanguinho. As primeiras partituras a apresentarem o nome maxixe como gênero de música, só apareceram por volta de 1902 a 1903.


Na Discografia Brasileira de 78 rpm o nome maxixe só aparece na etiqueta dos discos a partir da série Zon-O-Phone 1500 da Casa Edison ou, mais precisamente, nos discos 1585, 1597 e 1598. A divulgação do maxixe dança foi levada a efeito por um bailarino brasileiro chamado Antônio Lopes de Amorim Diniz, um dentista, que abandonou a profissão e em companhia das bailarinas Maria Lina, Gaby e Arlette Dorgère levou o maxixe para Paris fazendo enorme sucesso. Pela elegância dos seus passos, acabou recebendo o nome de Duque.


No Brasil sua divulgação maior se deu no teatro de revistas onde não foi menos aplaudido. Os programas das revistas traziam-no como tempero indispensável e os artistas dançavam-no com uma variedade admirável de nuanças. Segundo Marisa Lira, o maxixe foi o primeiro passo dado para a nacionalização da nossa música popular. Os compositores da Velha Guarda dedicaram ao povo "endiabrados maxixes que entonteceram à gente daquela época".


Entre os cultores do gênero - como música e não como dança - destacam-se Irineu de Almeida, Sebastião Cyrino e Duque, Sinhô, Romeu Silva, Pixinguinha, Paulinho Sacramento, Freire Junior e Chiquinha Gonzaga - a grande maestrina brasileira, que compreendeu perfeitamente o ritmo desse gênero musical e, graças as várias facetas do seu talento, criou um maxixe para a peça "Forrobodó", uma burleta de costumes cariocas de Carlos Bittencourt e Luiz Peixoto e que fez enorme sucesso na época.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Dança Classica Indiana

A história nos conta que a origem da dança se deu juntamente com o teatro através de uma escritura chamada Natya Shastra. Natya é a junção de drama (atuação), música e dança, Shastra quer dizer escritura. É dito que o Natya Shastra foi composto pelo próprio Deus Brahma, o senhor da criação, e que para sua composição foram extraídos textos dos quatro Vedas. Por tal motivo, o Natya Shastra também é chamado de Natya Veda já que Brahma incorporou todas as artes e ciências que havia nos Vedas. Do Sama Veda ele retirou a música, do Rig Veda a poesia e a prosa, do Yajur Veda o gestual e a maquiagem e finalmente do Atharva Veda a representação dramática. Originalmente a dança era apresentada dentro dos Templos em uma sala especialmente construída e chamada de Natyamandapa, era executada por mulheres chamadas de “Devadasis”. Deva significa Deus e dasi, serva, portanto a dança era considerada como uma oferenda aos Deuses assim como a comida, as flores, etc...
A técnica da Dança Indiana
A dança clássica indiana é dividida em Nritta (dança pura ou abstrata) e Nrittya (dança expressiva). Nritta é composta de movimentos baseados no ritmo e na música e não possui significado, tendo um caráter puramente decorativo e abstrato. Os ítens de dança pura, como são chamados, possuem complicados padrões rítmicos e diferentes medidas de tempo nos ciclos métricos. Em Nritta, a ênfase é nos movimentos puros de dança, criando padrões no espaço e no tempo sem nenhuma intenção especifica de projetar qualquer emoção. Os movimentos são criados pelas várias partes do corpo para produzir beleza estética. A unidade básica da dança é chamada de Adavu, que quer dizer “combinação” e no caso da dança pura, combina passos e gestos chamados de Nritta Hastas.
Nrittya é composto de Hastas e Abhinaya que são usados para contar histórias através da expressão das mãos, do rosto e do corpo. A palavra Hastas quer dizer mão e os principais Hastas (ou Mudras) usados em Nrittya são os Asamyukta (simples) e os Samyukta (compostos). Abhinaya é uma síntese de vários aspectos do processo dramático e normalmente esta palavra e traduzida como “atuar” ou "educar".
Há quatro tipos de Abhinaya citados nas escrituras: Angika, Vacika, Aharya e Satvika. Angika se refere às expressões do corpo, Vacika à fala ou canto, Aharya a caracterização e Satvika se refere ao comportamento das personagens, a expressão da graciosidade e a emoção propriamente dita.
Rasa e Bhava são os principais componentes de Abhinaya. Rasa quer dizer sabor e Bhava, sentimento ou emoção. As principais expressões do rosto são chamadas de Nava Rasas e são compostas de: Sringaram (amor), Veeram (heroísmo), Karuna (tristeza ou compaixão), Adbhuta (maravilhamento), Raudram (ira), Hasya (humor ou comedia), Bhayanaka (medo ou pavor), Bibhatsa (nojo) e Shanta (paz).
Os estilos de Dança Clássica Indiana
"Os Deuses criaram a dança como um instrumento para entretenimento. Mais tarde, com o propósito de agradar os Deuses, os seres humanos passaram a representar as histórias e as glórias dos Deuses. Deste modo começou o ciclo de celebração manifestada no alegre abandono do movimento e da música. Durante um período de aproximadamente dois milênios, a dança na Índia adquiriu um conjunto gramático, o qual levou a uma certa codificação da técnica. Deste modo foram plantadas as sementes do celebrado tratado de Bharatha Muni, o Natya Shastra. Isto foi complementado com uma acelerada manifestação da religião formalizada através dos Templos. Nos Templos, a arte da dança se desenvolveu em sua glória primordial, oferecida como era, aos Deuses. Os reis eram patronos de várias formas de arte e, assim, as Cortes também tiveram um papel importante na promoção e propagação da dança. Com novas influências culturais no milênio passado, deu-se a fusão e a síntese. As tradições da Ásia Central foram absorvidas no repertório da dança a qual deixou parcialmente suas amarras nos Templos e se mudou para a Corte. O domínio colonial da Índia levou ao lento desaparecimento da dança clássica, a qual, quando o País ganhou sua independência foi revivida. O espirito de rejuvenescimento tem ajudado a Dança Clássica Indiana a atingir um importante lugar no mundo cultural."
Atualmente existem sete estilos considerados clássicos na Índia:

sábado, 2 de outubro de 2010

Apresentação de ballet

Pré-Indicação na Escola Bolshoi

01/10/2010
Na próxima semana nos dias 4, 5 e 6 de outubro, das 8 às 18 horas, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil realiza a etapa de pré-indicação para admissão dos novos alunos, vagas 2011. A etapa é realizada na sede da Escola com crianças da rede pública de ensino da cidade de Joinville, com idade entre nove e 11 anos.

Cerca de mil alunos farão atividades, com os profissionais da instituição, baseadas em exercícios específicos que avaliam a flexibilidade, postura e coordenação motora. Nesta etapa são escolhidos os indicados para o processo seletivo, realizado de 22 a 24 de outubro de 2010, que tem a participação de candidatos de diversas partes do país.

domingo, 19 de setembro de 2010

Hardstyle

Antes o que as pessoas mais procuravam aprender era o psy ritmo que até hoje é tocado nas melhores baladas do país, só que agora parece que o psy está se tornando meio que ultrapassado e com o tempo foram surgindo várias outras danças como o Jumpstyle entre outras danças que foram assim fazendo a cabeça das outras pessoas principalmente dos jovens que gostam de dançar isso na escola.
O ritmo que todo mundo esta dançando em qualquer lugar é o Hardstyle que está fazendo maior sucesso e pelo que parece ela é uma das danças mais legais de se ver e para quem quer se aventurar nesse tipo de movimento é muito legal estar aprendendo mais é claro que é preciso ter muita força de vontade, além disso, é necessário fazer muitas aulas já que não se consegue aprender o hardstyle de uma hora para outra.
Só que o melhor a ser feito é estar vendo vídeos no youtube que ensinem a dançar o hardstyle bastar procurando já que existe um monte que ensina a dançar, um ponto positivo que existem entre dançar é que perderá bastante peso já que fará bastante movimento onde o seu corpo não ficara parado um minuto se quer e depois que tiver aprendido o que tem fazer é ir para uma balada e mostra o que sabe para que todo mundo veja o seu potencial.
Esse ritmo é tão interessante que muitas pessoas depois que aprendem a dançar acabam fazendo desse meio um modo de estar ganhando um pouco mais de dinheiro ensinando outros que querem aprender também.
Aqui está um video que mostra como dançar esse ritmo que está se tornando uma mania entre os jovens:

sábado, 18 de setembro de 2010

Psy trace

O Psy é uma vertente do trance. É, por muitos, visto como um estilo musical que satisfaz o gosto dos fritos, fanfarrões, viciados em sexo e drogados de modo geral. O que poucos sabem é que o Psy na realidade a trilha sonora ideal para a época de acasalamento de bombatrancers e suas respectivas fêmeas, as biscatrancers (considerando-se o fato de que o bombatrancer em questão não é um completo Viado, o que é muito difícil).
Geralmente, os ouvintes são pobres metidos a playboys e pattys, que trabalham na roça o dia inteiro para, a noite pagarem de bonzões/boazudas e se acasalarem [Geralmente, quando as biscatrancers engravidam,nunca sabem de qual suposto macho é o filho. Por isso, os filhos delas são, cientificamente chamados de "homo-biscatrancers" uma espécie mutante de pagodeiros com psyzeiros], mas isso é uma micro-minoria, a maioria são ninguém mais ninguém menos que os paga-paus que fingem que curtem só pra entrar na onda do povo, mas não adianta bosta nenhuma, ninguem gosta deles do mesmo jeito. Atualmente, a "música" PSY, que antigamente só permitia a entrada de menores, virou um parque de diversões onde você pode encontrar o Show da Xuxa, Sérgio Malandro, Pokémon e qualquer outra animação infantil. Pais com a intenção de ficarem sozinhos em casa para reatar a vida sexual mandam seus filhos para uma festinha de psy. Resultado disso: chegam em casa só no outro dia (quando chegam) e vão direto pra cama, deixando assim todos felizes!


O principal instrumento dos psyzeros, só não é mais importante que a Guitarra.
Pode ser, também, uma fuga para todos aqueles que não sabem dançar qualquer outro tipo de música. Para dançar esta modalidade de música é necessário apenas saber se movimentar como um macaco (movimentando os braços para frente, cima e não se esquecendo de bater o pé no chão). Uma dica de todo dançarino é utilizar de artifícios naturais, seja ele "um tapinha só, meu!" ou então os calmantes "cogumelos da varanda".

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ballet

O balé clássico se originou das danças coral cortesã e mourisca. Grupos de figurantes (cavalheiros da corte e, às vezes damas) formavam as "entradas de mouriscas", usando trajes bizarros na caracterização dos personagens. As danças se sucediam a intervalos, cada grupo realizava seu bailado e, por fim, todos se uniam na dança geral.
Os espetáculos ganharam maior dramaticidade na Itália e os temas da mitologia clássica substituíram os dos romances medievais. A dança pantomímica passou a ser executada por bailarinos profissionais e transformada em espetáculo público.
O balé se estruturou na Itália, antes de se desenvolver na França. Em meados do século XVI, Catarina de Médicis levou a Paris o balé "Comique de la Reine". A primeira peça de gênero dramático "Ballet de Circé" foi composta em 1581, pelo músico italiano Baldassarino.
Luís XVI foi o fundador da Academia Real de Dança, em 1661. Esse berço do balé profissional deu grande impulso à dança.
O balé passou para o teatro. Os artistas eram sempre do sexo masculino. Usavam máscaras e trajes que dificultavam os movimentos. As mulheres foram incluídas como bailarinas em 1681, po Lully, em seu "O Triunfo do Amor". Os passos eram baixos e sem saltos. Os grandes saltos foram incorporados à técnica pelo grande bailarino Ballon. As cinco posições básicas dos pés foram elaboradas po Pierre Beauchamp. Raoul Feuillet realizou a primeira tentativa de notação de dança com sua "Coreografia ou Arte de Escrever a Dança".
As mulheres passaram a se destacar e contribuíram para o aperfeiçoamento da arte. Marie Camargo criou o jeté, o pas de basque e o entrechat quatre, além de encurtar os vestidos até acima dos tornozelos e calçar sapatos sem saltos.
Jean Georges Noverre foi a figura mais importante da dança no século XVIII. Além de vários bailados, foi autor de "Lettres sur la Danse et les Ballets", que trazia leis e teorias do balé. Ele afirmava que o balé é uma arte nobre, destinada à expressão e ao desenvolvimento de um tema. Criou o balé dramático, onde a história é contada através de gestos. Reclamava maior expressão na dança, simplicidade e comodidade nos trajes, além de mais vastos conhecimentos para os "maitres de balé" e a necessidade de um tema para cada balé. A partir daí, Gaetan e Auguste Vestris criaram novos passos.
As famosas bailarinas russas começaram a aparecer na Europa em meados do século XIX. Conquistaram de vez os teatros.
O Romantismo na dança foi inalgurado po Marie Taglioni. Assim, as bailarinas se tornaram seres quase irreais, em um ideal de imaterialidade. Toda a técnica e estética da dança foi revolucionada. Taglioni criou o *sapato de ponta, dando às bailarinas a possibilidade de executar proezas técnicas e aparência de flutuar nas pontas dos pés, além do *tutu - vestido semi-longo, de tule, com corpete justo, possibilitando liberdade total para os movimentos. Sua mais famosa criação foi "La Sylphide" (1832).
Jean Coralli criou "Giselle" em 1841, um dos maiores bailados tradicionais, de caráter dramático e emotivo. Jules Perrot produziu "Pas de Quatre", em 1845. Em 1870, Arthur de Saint-Léon criou "Coppélia", com música de Delibes.
Marius Pepita, com Cecchetti e Ivanov criou "Quebra-Nozes", em 1892; com Lev Ivanov criou "A Bela Adormecida", em 1890. Todos com música de Tchaikovski, como a maioria dos grandes balés russos.
Pepita preparou vários bailarinos de grande talento. Pelas mãos de Enrico Cecchetti passaram os mais famosos nomes da dança internacional, como Anna Pavlova. O estilo e o método de Cecchetti ainda permanecem.
No começo do século XX, o balé teve um impulso, que se deve a Sergei Diaghilev.
A coreografia foi revolucionada por Fokine, que pôs em prática os ideais de Noverre. A dança deveria ser interpretativa, mostrando o espírito dos atores, em harmonia com a música e a arte plástica. O mais célebre bailado de Anna Pavlova - A Morte do Cisne - foi criado por ele, além de 68 bailados, representados no mundo inteiro.

Funk

Funk (também conhecido como soul funk ou funk de raíz) é um estilo bem característico da música negra norte-americana, desenvolvido a partir de meados dos anos 1960 por artistas como James Brown e por seus músicos, especialmente Maceo Parker e Melvin Parker, a partir de uma mistura de soul music, soul jazz, rock psicodélico e R&B.
O funk pode ser melhor reconhecido por seu ritmo sincopado, pelos vocais de alguns de seus cantores e grupos (como Cameo, ou os Bar-Kays). E ainda pela forte e rítmica seção de metais, pela percussão marcante e ritmo dançante. Nos anos 70 o funk foi influência para músicos de jazz (como exemplos, as músicas de Miles Davis, Herbie Hancock, George Duke, Eddie Harris entre outros).

Valsa

Valsa (do alemão Walzer) é um gênero musical erudito de compasso binário composto (embora muitas vezes, para facilitar a leitura, seja escrita em compasso ternário). As valsas foram muito tocadas nos salões vienenses e muito dançada pela elite da época.
Durante meados do século XVIII, a allemande, muito popular em França, já antecipava, em alguns aspectos, a valsa. Carl Maria von Weber, com as suas Douze Allemandes, e, mais especificamente com o Convite à dança (também conhecido por Convite à valsa), de 1820, pode ser considerado o pai do gênero.
Os compositores mais famosos do estilo são os membros da família Strauss, Josef e Johann Strauss. O estilo foi depois reinterpretado por compositores como Frédéric Chopin, Johannes Brahms e Maurice Ravel.
Johann Strauss II compôs mais de duzentas valsas.
Atualmente as valsas são regularmente interpretadas pelas mais importantes orquestras mundiais.
O gênero musical gerou danças com braços entrelaçados ao nível da cintura, tornou-se logo uma dança independente com contato mais próximo entre os parceiros. No fim do século XVIII a dança passou a ser aceita pela alta sociedade - especialmente pela sociedade vienense.
A palavra tem origem no verbo alemão Walzen, que significa "girar" ou "deslizar". É uma dança de compasso binário composto, com um padrão básico de passo-passo-espera, resultando em um deslizar vivamente pelo salão.

Jazz

O jazz é uma manifestação artístico-musical originária dos Estados Unidos. Tal manifestação teria surgido por volta do início do século XX na região de Nova Orleães e em suas proximidades, tendo na cultura popular e na criatividade das comunidades negras que ali viviam um de seus espaços de desenvolvimento mais importantes.
O Jazz se desenvolveu com a mistura de várias tradições musicais, em particular a afro-americana. Esta nova forma de se fazer música incorporava blue notes, chamada e resposta, forma sincopada, polirritmia, improvisação e notas com swing do ragtime. Os instrumentos musicais básicos para o Jazz são aqueles usados em bandas marciais e bandas de dança: metais, palhetas e baterias. No entanto, o Jazz, em suas várias formas, aceita praticamente todo tipo de instrumento.
As origens da palavra Jazz são incertas. A palavra tem suas raízes na gíria norte-americana e várias derivações têm sugerido tal fato. O Jazz não foi aplicado como música até por volta de 1915. Earl Hines, nascido em 1903 e mais tarde se tornou celebrado músico de jazz, costumava dizer que estava "tocando o piano antes mesmo da palavra "jazz" ser inventada".
Desde o começo do seu desenvolvimento, no início do século XX, o Jazz produziu uma grande variedade de subgêneros, como o Dixieland da década de 1910, o Swing das Big bands das décadas 1930 e 1940, o Bebop de meados da década de 1940, o Jazz latino das décadas de 1950 e 1960, e o Fusion das décadas de 1970 e 1980. Devido à sua divulgação mundial, o Jazz se adaptou a muitos estilos musicais locais, obtendo assim uma grande variedade melódica, harmônica e rítmica.

Rock

Origens do rock
Este gênero musical de grande sucesso surgiu nos Estados Unidos nos anos 50 (década de 1950).. Inovador e diferente de tudo que já tinha ocorrido na música, o rock unia um ritmo rápido com pitadas de música negra do sul dos EUA e o country. Uma das características mais importantes do rock era o acompanhamento de guitarra elétrica, bateria e baixo. Com letras simples e um ritmo dançante, caiu rapidamente no gosto popular. Apareceu pela primeira vez  num programa de rádio no estado de Ohio (EUA), no ano de 1951.
A rock na década de 1950 : primeiros passos
É a fase inicial deste estilo, ganhando a simpatia dos jovens que se identificavam com o estilo rebelde dos cantores e bandas. Surge nos EUA e espalha-se pelo mundo em pouco tempo. No ano de 1954, Bill Haley lança o grande sucesso Shake, Rattle and Roll. No ano seguinte, surge no cenário musical o rei do rock Elvis Presley. Unindo diversos ritmos como a country music e o rhythm & blues. O roqueiro de maior sucesso até então, Elvis Presley lançaria o disco, em 1956, Heartbreaker Hotel, atingindo vendas extraordinárias. Nesta década, outros roqueiros fizeram sucesso como, por exemplo, Chuck Berry e Little Richard.
O rock nos anos 60: rebeldia e transgressão
Esta fase marca a entrada no mundo do rock da banda de maior sucesso de todos os tempo : The Beatles. Os quatro jovens de Liverpool estouram nas paradas da Europa e Estados Unidos, em 1962, com a música Love me do. Os Beatles ganham o mundo e o sucesso aumentava a cada ano desta década.
A década de 1960 ficou conhecida como Anos Rebeldes, graças aos grandes movimentos pacifistas e manifestações contra a Guerra do Vietnã. O rock ganha um caráter político de contestação nas letras de Bob Dylan. Outro grupo inglês começa a fazer grande sucesso : The Rolling Stones.
No final da década, em 1969, o Festival de Woodstock torna-se o símbolo deste período. Sob o lema "paz e amor", meio milhão de jovens comparecem no concerto que contou com a presença de Jimi Hendrix e Janis Joplin.
Bandas de rock que fizeram sucesso nesta época : The Mamas & The Papas, Animals, The Who, Jefferson Airplane, Pink Floyd, The Beatles, Rolling Stones, The Doors.
O rock nos anos 70 : disco music, pop rock e punk rock
Nesta época o rock ganha uma cara mais popular com a massificação da música e o surgimento do videoclipe. Surge também uma batida mais forte e pesada no cenário do rock. É a vez do heavy metal de bandas como Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple. Por outro lado, surge uma batida dançante que toma conta das pistas de dança do mundo todo. A dance music desponta com os sucessos de Frank Zappa, Creedence Clearwater, Capitain Beefheart, Neil Young, Elton John, Brian Ferry e David Bowie.
Bandas de rock com shows grandiosos aparecem nesta época : Pink Floyd Genesis, Queen e Yes.
Anos 80 : um pouco de tudo no rock
A década de 1980 foi marcada pela convivência de vários estilos de rock. O new wave faz sucesso no ritmo dançante das seguintes bandas: Talking Heads, The Clash, The Smith, The Police.
Surge em Nova York uma emissora de TV dedicada à música e que impulsiona ainda mais o rock. Esta emissora é a MTV, dedicada a mostrar videoclipes de bandas e cantores.
Começa a fazer sucesso a banda de rock irlandesa chamada U2 com letras de protesto e com forte caráter político. Seguindo um estilo pop e dançante, aparecem Michael Jackson e Madonna.
Anos 90 : década de fusões e experimentações
Esta década foi marcada por fusões de ritmos diferentes e do sucesso, em nível mundial, do rap e do reggae. Bandas como Red Hot Chili Peppers e Faith no More fundem o heavy metal e o funk, ganhando o gosto dos roqueiros e fazendo grande sucesso.
Surge o movimento grunge em Seattle, na California. O grupo Nirvana, liderado por Kurt Cobain, é o maior representante deste novo estilo. R.E.M., Soundgarden, Pearl Jam e Alice In Chains também fazem sucesso no cenário grunge deste período.
O rock britânico ganha novas bandas como, por exemplo, Oasis, Green Day e Supergrass.
O Rock no Brasil
O primeiro sucesso no cenário do rock brasileiro apareceu na voz de uma cantora. Celly Campello estourou nas rádios com os sucessos Banho de Lua e Estúpido Cupido, no começo da década de 1960. Em meados desta década, surge a Jovem Guarda com cantores como, por exemplo, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. Com letras românticas e ritmo acelerado, começa fazer sucesso entre os jovens.
Na década de 1970, surge Raul Seixas e o grupo Secos e Molhados. Na década seguinte, com temas mais urbanos e falando da vida cotidiana, surgem bandas como: Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Blitz e Os Paralamas do Sucesso.
Na década de 1990, fazem sucesso no cenário do rock nacional : Raimundos, Charlie Brown Jr., Jota Quest, Pato Fu, Skank entre outros.
Você sabia?
- Comemora-se em 13 de julho o Dia Mundial do Rock.

Axé

Não se trata exatamente um gênero ou movimento musical, mas uma rotulação mercadológica muito útil para que uma série de artistas da cidade de Salvador, que faziam uma fusão de ritmos nordestinos, caribenhos e africanos com embalagem pop-rock, tomassem as paradas de sucessos do Brasil inteiro a partir de 1992. Axé é uma saudação religiosa usada no candomblé e na umbanda, que significa energia positiva. Expressão corrente no circuito musical soteropolitano, ela foi anexada à partícula music pelo jornalista Hagamenon Brito para formar um termo que designaria pejorativamente aquela música dançante com aspirações internacionais.

Depois que Daniela Mercury chegou ao Sudeste com o show que a estouraria nacionalmente, O Canto da Cidade, tudo o mais que veio de Salvador começou a ser chamado de axé music. Em pouco tempo, os artistas deixaram de se importar com a origem debochada do termo e passaram a dele se aproveitar. Por exemplo, a Banda Beijo, do vocalista Netinho, simplesmente intitulou de Axé Music o seu disco de 1992. Com o impulso da mídia, essa trilha sonora da folia de Salvador rapidamente se espalhou pelo país (com os carnavais fora de época, as micaretas) e fortaleceu-se como indústria, produzindo sucessos o ano inteiro ao longo dos anos 90. Testadas no calor da multidão na Praça Castro Alves e na Ladeira do Pelô, as músicas dos blocos e bandas responderam por alguns dos grandes êxitos comerciais da música brasileira na década. O ano de1998 foi, particularmente, o mais feliz para os baianos: Daniela Mercury, Banda Eva, Chiclete com Banana, Araketu, Cheiro de Amor e É o Tchan venderam juntos nada menos que 3,4 milhões de discos.

Guitarras elétricas

As origens do axé estão nos anos 50, quando Dodô e Osmar começam a tocar o frevo pernambucano em rudimentares guitarras elétricas (batizadas de guitarras baianas) em cima de uma Fobica (um Ford 1929). Nascia o Trio Elétrico, atração dos carnavais para a qual Caetano Veloso chamou a atenção em 1968 na música Atrás do Trio Elétrico. Mais tarde, Moraes Moreira, dos Novos Baianos, teria a idéia de subir num trio (que era apenas instrumental) para cantar – foi o marco zero da axé music. Paralelamente ao movimento dos trios, aconteceu o da proliferação dos blocos afro: Filhos de Gandhi (do qual Gilberto Gil faz parte), Badauê, Ilê Ayê, Muzenza, Araketu e Olodum. Eles tocavam ritmos africanos como o ijexá, brasileiros como o maracatu e o samba (os instrumentos eram os das escolas de samba do Rio) e caribenhos como o merengue.

Com a cadência e as letras das músicas de Bob Marley nos ouvidos, o Olodum criou o samba-reggae, música com forte caráter de afirmação da negritude, que fez sucesso na Salvador dos anos 80 com artistas como Lazzo, Tonho Matéria, Gerônimo e a banda Reflexus – as músicas chegavam ao Sudeste em discos na bagagem dos que lá passavam férias. Logo, Luís Caldas (do trio Tapajós) e Paulinho Camafeu tiveram a idéia de juntar o frevo elétrico dos trios e o ijexá. Surgiu assim o deboche, que rendeu em 1986 o primeiro sucesso nacional daquela cena musical de Salvador: Fricote, gravado por Caldas. A modernidade das guitarras se encontrava com a tradição dos tambores em mistura de alta octanagem.

Uma nova geração de estrelas aparecia para o Brasil: Lazzo, Banda Reflexus (do sucesso Madagascar Olodum), Sarajane, Cid Guerreiro (do Ilariê, gravado por Xuxa), Chiclete com Banana (que vinha de uma tradição de bandas de baile, blocos afro e trios elétricos) e Margareth Menezes, a primeira a engatilhar carreira internacional, com a benção do líder da banda americana de rock Talking Heads, David Byrne. Pouco tempo depois, o Olodum estaria sendo convidado pelo cantor e compositor americano Paul Simon para gravar participação no disco The Rhythm of The Saints.

Guinada para o pop

Aquela nova música baiana avançaria mais ainda na direção do pop em 1992, quando o Araketu resolveu injetar eletrônica nos tambores, e o resultado foi o disco Araketu, gravado pelo selo inglês independente Seven Gates, e lançado apenas na Europa. No mesmo ano, Daniela Mercury lançaria O Canto da Cidade e o Brasil se renderia de vez ao axé. Aberta a porta, vieram Asa de Águia, Banda Eva (que nasceu do Bloco Eva e revelou Ivete Sangalo), Banda Mel (que depois assinaria como Bamdamel), Banda Cheiro de Amor, Ricardo Chaves e tantos outros nomes. A explosão comercial do axé passou longe da unanimidade. Dorival Caymmi reprovou suas qualidades artísticas, Caetano Veloso as endossou. Das tentativas de incorporar o repertório das bandas de pop rock, nasceu a marcha-frevo, que transformou sucessos como Eva (Rádio Táxi) e Me Chama (Lobão) em mais combustível para a folia.

Enquanto o axé se fortalecia comercialmente, alguns nomes buscavam alternativas criativas para a música baiana. O mais significativo deles foi a Timbalada, grupo de percussionistas e vocalistas liderado por Carlinhos Brown (cuja Meia Lua Inteira tinha estourado na voz de Caetano), que veio com a proposta de resgatar o som dos timbaus, que há muito tempo estavam restritos à percussão dos terreiros de Candomblé. Paralelamente à Timbalada, Brown lançou dois discos solos – Alfagamabetizado (1996) e Omelete Man (1998), que com sua autoral incorporação de várias tendências do pop e da MPB à música baiana, obteve grande reconhecimento no exterior. Além disso, ele desenvolveu um trabalho social e cultural de alta relevância entre a população da comunidade carente do Candeal, com a criação do espaço cultural Candyall Guetho Square, o grupo de percussão Lactomia (para formar uma nova geração de instrumentistas) e a escola de música Paracatum.

Enquanto isso, os nomes de sucesso da música baiana se multiplicavam: aos então conhecidos Banda Eva, Bamdamel, Araketu (que em 1994 vendeu 200 mil cópias do disco Araketu Bom Demais), Chiclete com Banana e Cheiro de Amor, juntaram-se o ex-Beijo Netinho e os grupos Jammil e Uma Noites, Pimenta N´Ativa e Bragadá.

Bunda music

Foi em 1995, porém, que deu as caras o maior fenômeno comercial de Salvador. Em seu terceiro disco, o grupo Gera Samba estourou o sucesso É o Tchan, com a ajuda dos sacolejos das calipígias dançarinas Carla Perez (loura) e Débora Brasil (morena). Entre um "segura o tchan" e outro, a banda teve que mudar de nome, processado por um outro grupo, de um irmão do integrante Compadre Washington. Rebatizado de É o Tchan, o antigo Gera Samba inaugurou a face do axé que seria conhecida como bunda music, de ênfase nas coreografias libidinosas em detrimento à musica (que ainda assim trazia uma sólida base de samba de roda) e as letras. Com toda a face showbiz a que tem direito (realizaram-se concursos na TV para a escolha da morena e depois da loura que iriam substituir Débora e Carla), e uma fileira de sucessos produzidos em série (Dança do Bumbum, Dança da Cordinha, Ralando o Tchan, É o Tchan! no Havaí, A Nova Loira do Tchan...), o grupo bateu a barreira do milhão de discos vendidos.

Com o Tchan, disputaram público na segunda metade dos anos 90 nomes como Netinho (Milla, Fim de Semana), Araketu (Mal Acostumado) e Terrasamba (Liberar Geral, Carrinho de Mão), Banda Eva (Beleza Rara, Carro Velho), entre outros. A superexposição nos meios de comunicação e as pressões da indústria inevitavelmente levaram o axé ao esgotamento artístico e comercial. Em 1999, ano em que o pop ressurgiu como uma força, o gênero experimentou um significativo declínio nas vendagens de discos.

Bolero

O Bolero é um ritmo que mescla raízes espanholas com influências locais de vários países hispano-americanos. Surgiu na Espanha, mas sofreu modificações, especialmente desenvolvendo temas mais românticos e ritmo mais lento. Tem tradição nos seguintes países: Cuba, Porto Rico, República Dominicana, Colômbia, México, Peru, Venezuela, Uruguai, Argentina e Brasil.
Fonte: wikipédia


A origem do Bolero

Embora de origem espanhola de boleras (bolas) ou de volero (de volar – voar), a formação musical do Bolero, como se conhece hoje se desenvolveu principalmente em Cuba, mas também com grande vigor em Porto Rico, República Dominicana e México, seu principal difusor. A dança Bolero praticada atualmente no Brasil tem suas origens no Rio de Janeiro, sob grande influência do tango. Já em outros paises latinos, está mais próxima de uma rumba mais lenta, sem muitas variações de figuras, pois é tida como dança para romance.

Tem que se inicialmente dividir a historia do Bolero em três momentos: antes de ser “cubanizado” em meados do século XIX, pós-Cuba e a criação do estilo carioca de se dançar Bolero.

O primeiro registro da palavra Bolero que se tem conhecimento data do século X, de uma dança de origem árabe, o “Bolero de algodre”, que era dançado em grupos de três passos – um rapaz e duas moças. Embora não pareça o Bolero ter ai sua raiz, devido ao fato dos mouros terem ocupado a Espanha por muitos séculos, não é de se estanhar que o espanhol tenha adsorvido esta palavra, que para muitos vêm das boleras (bolas) que ornamentavam os vestidos das ciganas. Enquanto para outros, vem de volero (de volar – voar), pois estas dançarinas pareciam estar voando ao fazerem seus rodopios e movimentos nos vestidos. De qualquer forma, estas versões nos dão uma certeza, que a origem está na Espanha, e não na França ou Inglaterra, onde andou com o nome de danza e contradanza, como sugerem alguns.

Até chegar a Cuba, Porto Rico, República Dominicana e México, o bolero espanhol vai se formando baseado na “cancíon de prosapla hispânica” e agregando elementos das “árias operísitcas”, da “romanza francesa” e da canção napolitana. Até Ravel, compositor clássico, deu sua versão em o “Bolero de Ravel”.

Inicialmente era executado com acompanhamento de castanholas, violão e pandeiro, tal qual o fandango (dança espanhola de origem árabe), enquanto o casal dançava sem se tocar, com sensuais movimentos de aproximação e afastamento.

Trazido pelos espanhóis para suas colônias na América, ele foi se modificando pelas influências locais e recebendo contribuições, em especial, de ritmos vindos da áfrica, assim como da "contradanza francesa". Analisando a Cuba do século XIX e de fins do XVIII, detecta-se a atuante presença inglesa desde que barcos tomaram La Habana em 1762. Logo depois, no final do século XVIII, franceses e seus servidores negros e mulatos chegaram a Cuba, fugidos dos rebeldes haitianos, trazendo para a burguesia e a aristocracia cubana, a contradanza e a novidade do casal dançar entrelaçado, que gerou grande rebuliço na burguesia e aristocracia cubana, fazendo com que os pais orientassem suas filhas a dançarem com os quadris afastados, somente a parte de cima teria contato, característica que hoje não se vê mais no bolero cubano, dançado com movimentos semelhantes aos da Rumba, porém, mais lentos e com poucas variações, mas que ainda permanece em muitos dançarinos de Son e Salsa.

Em 1780 o bailarino espanhol Sebastian Cerezo criou com muito sucesso uma variação baseada nas Saguidillas, bailados de ciganas andaluzes, cujas vestimentas eram ordenadas com pequenas bolas (as boleras), o que veio reforçar a versão da origem do nome Bolero.

Nessa época é notável também o crescente movimento entre o México e os portos de sul de Cuba, desde os anos da retenção da zona de San Juan de Ulúa por tropas espanholas (1825), assim como a presença de famílias e tropas vindas das recém instauradas republicas latino-americanas o que acabou por gerar a introdução de uma nova forma de acompanhamento musical, mistura de “raguedo y punteado”, muito segmentado e constante na primeira guitarra e acentuado totalmente na segunda guitarra, renovando o contato dos cubanos com os sons yucatecos.

Dança country

Música country (em Português, música do interior) é uma mistura de estilos populares originalmente encontrados no Sul dos EUA a pelas montanhas dos Apalaches. Suas raízes são encontradas na música folclórica tradicional, na música celta, no Blues, na Música gospel, e na música popular do Século XIX que se desenvolveu rapidamente nos anos de 1920.[1] O termo, Country music começou a ser usado no anos da década de 1940, nos EUA, quando o termo original e precedente, música hillbilly (em Português, "música caipira"), foi considerado degradante, e o novo termo foi abraçado amplamente nos anos de 1970, enquanto o termo Country and Western (em Português, "Sertaneja e do Oeste") caiu de uso deste então, com exceção do Reino Unido, aonde o termo ainda é freqüentemente usado.[1]
Também os imigrantes franceses e italianos contribuíram na sua formação, mas suas principais raízes são compostas pelas velhas canções inglesas. Por se tratar de um gênero representado pelos homens do campo é muito associado a vestes e instrumentos rústicos como o Banjo, Bandolim, Rabeca, Violão, Washboard, etc. As primeiras gravações datam de meados de 1922, quando a gravadora Victor lançou no mercado norte americano o som de Uncle Eck Robertson e Henry Gilliard. Nos EUA, Jimmie Rodgers é conhecido como o Pai da Música Country, que durante sua pequena carreira influenciou grandes nomes como Hank Williams e a lenda da Música Country Willie Nelson. Porém, o grande nome da Música Country foi Hank Williams, autor do clássico Jambalaya que é executado em todos os países do mundo como a música que mais representa esse estilo. Hank Williams teve uma carreira meteórica, morrendo aos 30 anos de idade em decorrência de Coma Alcoólico. Suas músicas até hoje são regravadas e executadas em todo mundo. Outros grandes nomes da Música Country são: Waylon Jennings, Johnny Cash, Bill Monroe, Patsy Cline, George Jones, Loretta Lynn, Emmylou Harris, Dolly Parton, Roy Clark, Don Williams, Merle Haggard, Doc Watson, Bob Dylan e mais recentemente Shania Twain, Alan Jackson, The Wreckers, Taylor Swift, Clint Black, George Strait, Faith Hill, Kathy Mattea, Carrie Underwood, Suzy Bogguss, Brooks & Dunn, Billy Ray Cyrus, Garth Brooks, BlackSmith, Travis Tritt, LeAnn Rimes e Tracy Lawrence.
A "capital" estadunidense da música country é Nashville, Tennessee, pois é lá onde se encontrava a sede de diversas gravadoras do gênero, e onde se realizaram os mais famosos festivais desse estilo musical.