sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Bolero

O Bolero é um ritmo que mescla raízes espanholas com influências locais de vários países hispano-americanos. Surgiu na Espanha, mas sofreu modificações, especialmente desenvolvendo temas mais românticos e ritmo mais lento. Tem tradição nos seguintes países: Cuba, Porto Rico, República Dominicana, Colômbia, México, Peru, Venezuela, Uruguai, Argentina e Brasil.
Fonte: wikipédia


A origem do Bolero

Embora de origem espanhola de boleras (bolas) ou de volero (de volar – voar), a formação musical do Bolero, como se conhece hoje se desenvolveu principalmente em Cuba, mas também com grande vigor em Porto Rico, República Dominicana e México, seu principal difusor. A dança Bolero praticada atualmente no Brasil tem suas origens no Rio de Janeiro, sob grande influência do tango. Já em outros paises latinos, está mais próxima de uma rumba mais lenta, sem muitas variações de figuras, pois é tida como dança para romance.

Tem que se inicialmente dividir a historia do Bolero em três momentos: antes de ser “cubanizado” em meados do século XIX, pós-Cuba e a criação do estilo carioca de se dançar Bolero.

O primeiro registro da palavra Bolero que se tem conhecimento data do século X, de uma dança de origem árabe, o “Bolero de algodre”, que era dançado em grupos de três passos – um rapaz e duas moças. Embora não pareça o Bolero ter ai sua raiz, devido ao fato dos mouros terem ocupado a Espanha por muitos séculos, não é de se estanhar que o espanhol tenha adsorvido esta palavra, que para muitos vêm das boleras (bolas) que ornamentavam os vestidos das ciganas. Enquanto para outros, vem de volero (de volar – voar), pois estas dançarinas pareciam estar voando ao fazerem seus rodopios e movimentos nos vestidos. De qualquer forma, estas versões nos dão uma certeza, que a origem está na Espanha, e não na França ou Inglaterra, onde andou com o nome de danza e contradanza, como sugerem alguns.

Até chegar a Cuba, Porto Rico, República Dominicana e México, o bolero espanhol vai se formando baseado na “cancíon de prosapla hispânica” e agregando elementos das “árias operísitcas”, da “romanza francesa” e da canção napolitana. Até Ravel, compositor clássico, deu sua versão em o “Bolero de Ravel”.

Inicialmente era executado com acompanhamento de castanholas, violão e pandeiro, tal qual o fandango (dança espanhola de origem árabe), enquanto o casal dançava sem se tocar, com sensuais movimentos de aproximação e afastamento.

Trazido pelos espanhóis para suas colônias na América, ele foi se modificando pelas influências locais e recebendo contribuições, em especial, de ritmos vindos da áfrica, assim como da "contradanza francesa". Analisando a Cuba do século XIX e de fins do XVIII, detecta-se a atuante presença inglesa desde que barcos tomaram La Habana em 1762. Logo depois, no final do século XVIII, franceses e seus servidores negros e mulatos chegaram a Cuba, fugidos dos rebeldes haitianos, trazendo para a burguesia e a aristocracia cubana, a contradanza e a novidade do casal dançar entrelaçado, que gerou grande rebuliço na burguesia e aristocracia cubana, fazendo com que os pais orientassem suas filhas a dançarem com os quadris afastados, somente a parte de cima teria contato, característica que hoje não se vê mais no bolero cubano, dançado com movimentos semelhantes aos da Rumba, porém, mais lentos e com poucas variações, mas que ainda permanece em muitos dançarinos de Son e Salsa.

Em 1780 o bailarino espanhol Sebastian Cerezo criou com muito sucesso uma variação baseada nas Saguidillas, bailados de ciganas andaluzes, cujas vestimentas eram ordenadas com pequenas bolas (as boleras), o que veio reforçar a versão da origem do nome Bolero.

Nessa época é notável também o crescente movimento entre o México e os portos de sul de Cuba, desde os anos da retenção da zona de San Juan de Ulúa por tropas espanholas (1825), assim como a presença de famílias e tropas vindas das recém instauradas republicas latino-americanas o que acabou por gerar a introdução de uma nova forma de acompanhamento musical, mistura de “raguedo y punteado”, muito segmentado e constante na primeira guitarra e acentuado totalmente na segunda guitarra, renovando o contato dos cubanos com os sons yucatecos.

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